Fernando Ulrich, presidente do BPI, revelou hoje que a posição de balanço destas obrigações PT/Oi está fixada nos 23 milhões de euros, pelo que a entidade aplicou um 'hair cut' de 85%.
Ainda assim, Ulrich disse que a equipa de gestão do BPI tem "esperança" que seja possível recuperar um valor superior com estes títulos de dívida do Grupo Oi devido ao processo de recuperação judicial da operadora brasileira.
"Os títulos que nós temos vencem em março do próximo ano", especificou o gestor durante a conferência de imprensa de apresentação das contas semestrais do BPI.
Após impostos, as imparidades registadas com estas obrigações ascendem a 14,2 milhões de euros.
Na sexta-feira, os acionistas da Oi aprovaram o processo de recuperação judicial da empresa, pedido a 20 de junho, na sequência de a gigante de telecomunicações não ter conseguido negociar a sua dívida de 65,4 mil milhões de reais (18 mil milhões de euros).
A aprovação ficou marcada por várias discussões, a maior parte delas relacionadas com a oposição de alguns acionistas em relação a participação da Bratel BV na votação.
A Bratel BV é controlada pela empresa portuguesa Pharol, que detém participação indireta de cerca de 22% do capital total da operadora brasileira, constituindo 27,49% das ações ordinárias.
No final, a mesa da assembleia acabou por decidir pela participação da Bratel BV na votação, que se manifestou favorável à recuperação judicial.
Por outro lado, o BPI conseguiu obter mais-valias significativas em operações financeiras, com a venda de ações feita durante a operação de fusão da Visa Europe com a Visa Inc. a render no total 31,5 milhões de euros.
Destes, 22,9 milhões de euros são resultantes da venda dos títulos da Visa Europe que o BPI detinha diretamente "há vários anos", conforme sublinhou Ulrich, enquanto os restantes 8,6 milhões de euros foram os resultados por equivalência patrimonial oriundos da participação que o banco detém na Unicre.