Depois de uma emissão com sinais mistos dos investidores na semana passada, o leilão de Bilhetes do Tesouro desta manhã acabou com sinal verde para o Estado.
Sob a batuta da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP), Portugal conseguiu colocar 2,25 mil milhões de euros nas mãos de investidores, conseguindo taxas negativas nos Bilhetes do Tesouro a seis meses e um ano.
Nos títulos mais curtos, a taxa foi de -0,033% nos 500 milhões de euros vendidos, uma queda face aos -0,015% da última emissão comparável; Nos Bilhetes a 12 meses, a taxa passou a ser de -0,014% para os 1,75 mil milhões de euros colocados, depois de há dois meses as taxas terem sido positivas numa emissão de títulos do mesmo prazo.
Para Filipe Silva, do Banco Carregosa, "Portugal continua a emitir com sucesso e os investidores continuam a ter apetite por dívida portuguesa", num contexto de alguma incerteza política apoiado, ainda assim, pelos bolsos fundos do Banco Central Europeu: "As duas taxas negativas acabam por não ser grande surpresa porque estão em linha com o que está a ser praticado no mercado".
"A conseguir taxas negativas nos dois prazos, não admira que Portugal tenha aproveitado para emitir 500 milhões de euros a mais do que o que tinha como objetivo, até porque nas últimas semanas houve um agravamento do prémio de risco da dívida portuguesa, sobretudo na dívida mais longa", conclui o diretor de ativos do Carregosa.
[Notícia atualizada às 11h00]