Interesse de investidores estrangeiros na banca portuguesa "é positivo"

O presidente do BPI considera positivo para o setor bancário o interesse que investidores estrangeiros têm demonstrado nalguns bancos, como o BPI e o BCP, afastando o cenário de fusão entre as duas entidades, que já foi várias vezes equacionado.

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Lusa
03/10/2016 20:35 ‧ 03/10/2016 por Lusa

Economia

Ulrich

"[A fusão do BPI com o BCP] não está neste momento em cima da mesa. Nós temos a nossa agenda, os nossos acionistas têm a sua agenda, e o BCP tem a sua vida e o seu caminho próprio", afirmou aos jornalistas o gestor, à margem de um evento em Lisboa.

"Isso foi uma ideia que surgiu já lá vão quase dois anos e não tem nada a ver com a entrada do acionista A ou B", realçou.

Questionado sobre o interesse de investidores estrangeiros nos bancos portugueses, com o catalão CaixaBank a querer reforçar a sua posição no BPI e os chineses da Fosun a negociarem a entrada no capital do BCP, Ulrich destacou que os alvos são bancos específicos.

"Alguns bancos portugueses, não sei se todos [são alvo de interesse internacional]. Porque a situação dos vários bancos portugueses é muito diferente. Mas é verdade que sim. Alguns bancos portugueses suscitam o interesse dos investidores estrangeiros, como é o caso do BPI e do BCP. Esses seguramente que sim", frisou, admitindo que este apetite é posito para o conjunto do sistema financeiro português.

Já sobre a situação do Banco de Fomento Angola (BFA), Ulrich escusou-se a revelar se a operadora angolana Unitel aceitou a proposta feita pela equipa de gestão do BPI, que lhe daria o controlo sobre o banco e resolveria a situação da exposição aos grandes riscos estipulada pelo Banco Central Europeu (BCE).

"Sobre a Unitel e sobre esse tema não vou responder, porque é informação relevante e é uma situação em que, havendo informação, ela tem que ser comunicada ao mercado. E, por isso, eu não vou fazer um comentário 'ad hoc' sobre isso", atirou Ulrich.

A 21 de setembro, a administração do BPI fez uma nova proposta aos parceiros angolanos, que passa pela venda de 2% do capital do Banco de Fomento Angola (BFA) à operadora Unitel por 28 milhões de euros, permitindo que a operadora angolana passe a ser a maior acionista.

Atualmente, o BPI detém 50,1% do capital do BFA, enquanto a Unitel é dona de 49,9%, e o objetivo desta operação é resolver a situação de ultrapassagem do limite dos grandes riscos impostos pelo BCE relativamente à exposição do banco português a Angola.

Esta proposta feita à operadora Unitel, de Isabel dos Santos, estava condicionada à desblindagem dos estatutos do banco português, que se veio a verificar na última reunião magna de acionistas do BPI, que decorreu a 21 de setembro último.

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