A Coca-Cola lançou uma campanha para condenar a chamada ‘Fat Tax’ e “apelar ao Governo para que não avance” com o imposto.
A ‘Fat Tax’ diz respeito a um novo imposto sobre bebidas às quais foi adicionado açúcar ou outros edulcorantes, incluído na proposta de Orçamento do Estado para 2017. A receita, prometeu o Governo, será utilizada para aumentar a sustentabilidade do Sistema Nacional de Saúde.
“Saudamos a ambição do Governo de encontrar novas formas para enfrentar este desafio. No entanto, a obesidade não pode ser resolvida através de uma abordagem restritiva, justamente por via de uma medida punitiva e discriminatória, que afeta apenas uma única categoria de produto quando existem outras que igualmente contêm calorias e que são deixadas de fora”, escreve a empresa no seu site oficial.
Isto porque, segundo a proposta do Executivo, ficam isentas de impostos as bebidas à base de leite, soja ou arroz, os sumos e néctares de frutos e de algas ou de produtos hortícolas e bebidas de cereais, amêndoa, caju e avelã.
“A aplicação de um imposto sobre as bebidas refrescantes vai prejudicar a economia portuguesa” e “coloca em causa também a capacidade futura de captar investimento e de promover estabilidade para os diversos agentes económicos”, alerta a multinacional.
A Coca-Cola manifesta ainda “disponibilidade para trabalhar com o Governo na conceção de uma política eficaz de combate à obesidade, que diz ser um probema “multifatorial”.
O imposto será calculado de acordo com a quantidade de açúcar ou adoçante químico presente: para as bebidas com menos de 80 gramas por litro, a taxa será de 8,22 euros por hectolitro; caso tenha mais de 80 gramas por litro, as bebidas pagarão 16,46 euros por hectolitro.
Tendo em conta que cada hectolitro equivale a 100 litros, as bebidas vão passar a pagar entre 8,22 cêntimos e 16,46 cêntimos por litro de imposto.
No caso da Coca-cola, 48% do valor de venda passará a entrar nos cofres do Estado.