O Banco de Portugal (BdP) acaba de emitir um comunicado onde detalha o negócio da venda do Novo Banco ao fundo norte-americano Lone Star, o escolhido para tomar a posse maioritária do antigo Banco Espírito Santo.
O regulador "selecionou hoje a Lone Star para concluir a operação de venda do Novo Banco tendo o Fundo de Resolução assinado os documentos contratuais da operação", lê-se no comunicado enviado pelo BdP à CMVM.
Além disso confirma, como já havia sido noticiado, que o Estado assume o compromisso, exigido pela Lone Star, de injetar quatro mil milhões de euros, via empréstimo feito ao Fundo de Resolução, que lhe garante a detenção de 25% do capital social do Novo Banco, enquanto a Lone Star detém os restantes 75%.
“Nos termos do acordo, a Lone Star irá realizar injeções de capital no Novo Banco no montante total de 1.000 milhões de euros, dos quais 750 milhões de euros no momento da conclusão da operação e 250 milhões de euros no prazo de até 3 anos”, especifica a nota do Banco de Portugal.
Significa tal operação, prossegue o regulador, que "a venda, uma vez concluída, permite um significativo reforço do capital do Novo Banco e a entrada de um acionista que assume um compromisso de médio e longo prazo com o banco", reforçando que o fundo norte-americano está "dotado dos meios necessários à execução de um plano que garanta, em definitivo, a plena recuperação em termos compatíveis com o papel determinante que o mesmo tem no financiamento da economia nacional".
Isso mesmo foi reforçado, numa curta intervenção sem direito a perguntas dos jornalistas, pelo governador Carlos Costa salientando que "a venda é um passo importante na estabilização do setor bancário nacional".
A operação de venda do Novo Banco concretizou-se, reiterou ainda, abordando a globalidade do processo, "após uma recomendação do Banco de Portugal ao Governo e do trabalho conjunto que se seguiu e envolveu igualmente negociações" com Bruxelas e o Banco Central Europeu.
A 'novela Novo Banco' tem quase três anos
O Novo Banco é o banco de transição que ficou com os ativos menos problemáticos do Banco Espírito Santo (BES), alvo de uma intervenção das autoridades em 3 de agosto de 2014, e que estava desde então em processo de venda.
Desde fevereiro que o Governo estava a negociar a venda do Novo Banco em exclusivo com o fundo norte-americano Lone Star.
O fundo norte-americano passou para a frente nas negociações depois de, no final de 2016, ter sido noticiado que, entre os concorrentes, o fundo chinês Minsheng tinha a melhor proposta financeira, mas não apresentou provas de que conseguiria pagar o montante oferecido, devido às restrições de movimentação de divisas na China