Em dia de divulgação de dados financeiros, o Banco de Portugal lançou mais dados sobre a dívida portuguesa, com boas e más notícias para o Estado.
A inflação e o aumento da força do euro em relação às principais moedas rivais foram inimigos poderosos, que levaram a um aumento do valor total devido a investidores estrangeiros: "No final do 1º semestre de 2017, a posição de investimento internacional de Portugal situou-se em -198,2 mil milhões de euros (-105,4 por cento do PIB), o que traduz uma variação negativa de 0,6 pontos percentuais (p.p.) em relação ao final de 2016 (posição de investimento internacional de -193,9 mil milhões de euros, -104,8 por cento do PIB)".
"Esta evolução deveu-se, em grande medida, à valorização dos passivos emitidos por residentes, nomeadamente, pelas administrações públicas, e à redução do valor dos ativos emitidos por não residentes na posse de residentes, devido à apreciação do euro", explica o Banco de Portugal, antes de esclarecer outros pormenores da evolução financeira: "Os ativos líquidos de Portugal face ao exterior diminuíram 4,3 mil milhões de euros, em resultado das variações de preço (-2,9 mil milhões de euros) e das variações cambiais (-1,3 mil milhões de euros)".
A dívida líquida externa de Portugal, calculada através da subtração dos instrumentos de capital e derivados financeiros à posição de investimento internacional, era de 176,1 mil milhões de euros, um aumento de mil milhões de euros em relação ao final de 2016. Apesar do aumento do montante global devido pelo Estado português a investidores estrangeiros, "a dívida externa líquida em percentagem do PIB reduziu-se em 1,1 pontos percentuais tendo passado de 94,7% para 93,6%, entre o final de 2016 e o final do primeiro semestre de 2017", fruto de um aumento do PIB que foi maior do que o crescimento nominal da dívida.