Deco: Depósitos a prazo não compensam comissões na maioria dos bancos

Numa época em que os aumentos dos custos de manutenção das contas à ordem estão na 'ordem do dia', a Associação de defesa do Consumidor levanta o véu sobre os verdadeiros custos de ter o dinheiro a render no banco.

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Bruno Mourão
16/09/2017 06:35 ‧ 16/09/2017 por Bruno Mourão

Economia

Análise

É conhecido que o contexto de alta liquidez no sistema financeiro da zona euro e os constantes investimentos do Banco Central Europeu em títulos de dívida estão a baixar os juros dos depósitos a prazo para mínimos históricos. No entanto, a realidade para o bolso dos consumidores é ainda mais negativa. 

Num estudo publicado na mais recente edição da revista Deco Proteste, a Associação de Defesa dos Direitos do Consumidor fez as contas e percebeu que na esmagadora maioria dos bancos portugueses, os rendimentos dos depósitos a prazo não chegam sequer para compensar os valores cobrados em comissões de manutenção. 

"As comissões de manutenção têm tendência a diminuir consoante o dinheiro que tiver na conta ou a sua relação com o banco (por exemplo, se tiver um montante aplicado em produtos financeiros). Cada banco define as suas regras, que constam no preçário, tanto para as comissões como para as taxas de juro a pagar aos clientes. Foi com base nestes preçários de 22 bancos, que vigoravam no final de agosto, que fizemos estes cálculos para um saldo de 2500 euros e outro para 10 mil euros", começa por explicar a Deco. 

A conclusão "não deixa dúvidas": com 2.500 euros para investir a um ano, apenas seis bancos compensam o valor cobrado em comissões com os juros oferecidos. ActivoBank, Banco Privado Atlântico Europa, Banco CTT, BNI Europa, Banco BiG e Best Bank são as instituições que favorecem os clientes no saldo após 12 meses, com o BNI Europa a dar o maior saldo positivo; o Banco CTT e o Banco Privado Atlântico Europa surgem a seguir. 

"O banco que mais prejuízo dá ao aforrador é o Banco Popular, que cobra cerca de 75 euros por comissões de manutenção de conta e proporciona apenas 4,5 euros de juros para uma aplicação de 2500 euros. Outros bancos como o Carregosa, Bankinter, BBVA, Caixa Geral de Depósitos, Deutsche Bank e Santander Totta, proporcionam também perdas iguais ou superiores a 60 euros", revela ainda a Deco. 

Com 10 mil euros na mão para investir, a realidade é mais animadora: a maior parte dos bancos tem saldo positivo entre comissões e juros dos depósitos a prazo. O Banco Invest tem a oferta mais vantajosa – com um rendimento líquido de 126 euros – seguido do banco CTT e do Banco Privado Atlântico Europa, mais uma vez. 

Pela negativa destacam-se o BPI, o Bankinter, o BBVA, a Caixa Geral de Depósitos e o Deutsche Bank "cujas perdas variam entre 20,80 e 64,56 euros", revela o estudo da Deco. 

Como alternativa aos depósitos a prazo da banca, a Associação de Defesa do Consumidor sugere que invista o seu dinheiro em Certificados do Tesouro, que dão rendimentos bem mais aliciantes se mantiver o seu dinheiro durante cinco anos. 

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