Segundo o relatório das estruturas financeiras do BCE, hoje divulgado em Frankfurt, numa base consolidada, ou seja contando as instituições pertencentes ao mesmo grupo como uma, no final de 2016 havia 2.290 instituições de crédito na zona euro, contra 2.379 bancos no final de 2015 e 2.904 bancos no final de 2008.
Só em 2016 foram fechadas 6.939 agências bancárias na zona euro, afirma o BCE no relatório.
Os ativos domésticos dos bancos da zona euro subiram para 24,2 biliões numa base consolidada no final de 2016, mais 0,5% do que em 2015 e menos 14% do que em 2008.
Em 2016, o crédito concedido pelos bancos da zona euro aumentou à taxa moderada de 1%, refere o BCE, adiantando que o peso dos títulos de dívida no total de ativos do setor bancário continuou a contrair-se, refletindo a redução da posse de títulos de dívida pública dos governos em muitos países da zona euro após a crise financeira e o início do programa de compra de ativos do BCE.
No lado do passivo, a tendência para uma maior dependência do financiamento de depósitos ganhou força em 2016, já que a parcela média dos depósitos de clientes no passivo total aumentou sete pontos percentuais para 52%.
Os rácios de capital regulamentares dos bancos da zona euro continuaram a aumentar, principalmente devido a aumentos de capital.
O rácio médio de capital do Nível 1 (Common Equity Tier 1, CET1) foi de 15,4% em 2016, contra 14,4% em 2015. A rentabilidade do setor bancário manteve-se relativamente baixa durante o ano, já que as ineficiências estruturais continuaram a prejudicar a rentabilidade em muitos países, sublinha o BCE.
Em particular, enquanto o rácio médio de créditos problemáticos ('Non-Performing Loan', NPL) desceu ainda mais, a quantidade de NPL permaneceu persistentemente elevado em vários países.
A dimensão total do setor financeiro da zona euro em março de 2017 foi de 76,2 biliões, em comparação com 70,8 biliões em dezembro de 2015 e 55,0 biliões em dezembro de 2008.
Entre 2008 e 2016, a dimensão do setor financeiro aumentou de 5,3 para 6,4 vezes o Produto Interno Bruto (PIB).
Embora a importância relativa dos agentes financeiros não bancários (seguradoras, fundos de pensão, fundos do mercado monetário (Money Market Funds, MMF) e outros intermediários financeiros) tenha crescido de forma constante desde o início da crise financeira, parece que recentemente houve uma pausa desta tendência, diz o BCE.
Em termos de ativos totais, a participação do setor financeiro não bancário cresceu de 43% em 2008 para 55% no início de 2017.
Uma diminuição correspondente ocorreu inicialmente na participação das instituições financeiras monetárias (MFI), mas essa tendência terminou recentemente, com a participação dos ativos totais da MFI (excluindo MMF) permanecendo praticamente inalterada, em torno de 45% em 2016 e início 2017.
No atual ambiente de baixas taxas de juro, as empresas de seguros e os fundos de pensões (ICPF) em alguns países transferiram as suas carteiras para ativos de maior rendimento para aumentar a rentabilidade do investimento.
A rentabilidade do setor de seguros tem sido restringida nos últimos anos, mas a sua posição de solvência está bem acima das exigências do regime de supervisão da UE Solvência II.
O crescimento no setor de fundos de investimento, que sustenta grande parte da expansão do setor financeiro não bancário desde a crise financeira global, continuou sua tendência de crescimento secular em 2016: o total de ativos no setor de fundos de investimento - excluindo MMF - aumentou 7% em 2016 e cresceu cerca de 160% desde 2008.
Simultaneamente, os ativos totais no setor das MMF aumentaram em média 15% por ano desde o final de 2013.
O total de ativos detidos pelas sociedades financeiras da zona euro (Financial Vehicle Corporations, FVC) continuou a diminuir ligeiramente ao longo da maior parte de 2016, devido à fraca atividade de securitização das instituições de crédito da zona euro.