Num relatório publicado hoje, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) sublinha que aquela situação não tem que dar lugar de forma necessária à instabilidade, mas constitui uma ameaça se as condições financeiras forem pressionadas.
No caso das famílias endividadas, a vulnerabilidade pode surgir sobretudo de um volte face nos preços do imobiliário, que estão na origem de grande parte dos créditos.
No caso das empresas, uns números 'vermelhos' muito altos são suscetíveis de dar lugar a uma queda da sua produtividade.
Os autores do estudo constatam que na maioria dos países da OCDE a dívida das empresas não financeiras em termos de Produto Interno Bruto (PIB) cresceu em meados da passada década e, depois de marcar um máximo no início da crise (138,2% em 2009), manteve-se praticamente estável desde então (136,1% em 2015, o último dado disponível).
No caso dos particulares, o endividamento das famílias seguiu uma tendência similar, ao subir até 140% do PIB em média em 2010 e descido desde então para 138,6% em 2015.
A situação é muito diferente consoante os países e, no caso das dívidas das empresas, as percentagens mais elevadas em 2015 registaram-se na Bélgica (209% do PIB), Irlanda (200%), Noruega (189%), Portugal (181%) e Suécia (179%).
No que diz respeito ao endividamento das famílias, os máximos registaram-se na Dinamarca (290% do PIB), Holanda (270%), Noruega (230%), Áustria (211%) e Suíça (211%).