“O que é que se fez até agora? Cortaram-se salários e pensões, aumentaram-se impostos e flexibilizou-se alguma coisa na área laboral. Isto não é reforma do Estado alguma”, critica o antigo responsável pelo Millenium BCP, Carlos Santos Ferreira, em entrevista ao Diário Económico.
Neste contexto, no entender do ex-banqueiro, “dizer ‘precisamos de cortar 4,7 mil milhões, logo vamos fazer a reforma do Estado’ é de uma falta de jeito histórica”. “É um assunto delicado”, assinala Santos Ferreira, que “poucas vezes” viu “pegar com tanta falta de jeito num assunto tão importante”.
Ainda sobre o plano de cortes que está previsto, enquanto “cidadão”, prossegue o antigo responsável pelo BCP, “gostava muito que fosse revisto e diminuído”, algo que seria exequível “negociando com a troika”, no sentido de garantir prazos mais longos para a redução do défice e da dívida pública.
Por outro lado, e expressando a “ consideração” que tem pelo actual vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, Carlos Santos Ferreira diz recear que a ideia de que é o líder do CDS quem manda de facto no Executivo não passe “de um mito urbano”.
Já no que concerne ao secretário-geral do PS, António José Seguro, o ex-banqueiro refere que “é, no mínimo, o líder possível”, considerando que se “arrisca bastante” a vir a ser primeiro-ministro”.