Foi há um ano que no dia 13 de dezembro Carolina Deslandes deu à luz o seu terceiro filho, Guilherme. A alegria de ver nascer um filho rapidamente deu lugar a um momento de enorme angústia. Nem tudo correu como esperado e Guilherme teve de ser levado para para os cuidados intensivos.
O traumático episódio foi esta sexta-feira, dia em que o menino completa um ano de vida, recordado por Deslandes num emocionante desabafo.
"'Olá o meu nome é Dra. Ana, sou a pediatra de serviço no hospital esta noite e eu vou ter de levar o seu filho', no meio de perguntar o que é que se passava e chorar ao mesmo tempo enquanto me levavam o meu filho acabado de nascer só conseguia gritar ao Diogo: 'Vai com ele! não o largues, vai com ele!'. Depois disto coseram-me e levaram-me para o recobro", começa por recordar.
"Passaram seis horas. As mais longas da minha vida", este foi o tempo necessário para a artista começar a sentir os pés e conseguir levantar-se. Com uma força inesperada para quem acabava de fazer uma cesariana, esta foi à procura do seu menino. Encontrou-o "dentro de um aquário, cheio de tubos de todas as cores".
"Foram 8 dias de cuidados intensivos", até que Carolina pudesse levar o pequeno Guilherme para casa. "Depois viemos para casa e como os meus filhos mais velhos estavam doentes, não puderam estar em contacto com o Gui. Passamos o Natal e a passagem do ano sozinhos, agarrados, colados um ao outro para compensar o tempo perdido", lembra.
O pior já tinha passado e a vida voltava à normalidade, mas a marca destes dias continuava presente na memória desta mãe: "Durante meses, muito mais do que gosto de admitir, acordava em pânico porque sonhava com isso. A mesma voz, no meu ouvido 'Olá o meu nome é dra. Ana' e ia a correr ver se o meu filho estava a respirar"
"Acho que passado um ano estou melhor, mas de vez em quando os nossos olhos cruzam-se numa brincadeira e eu volto a ve-lo, num aquário com fios de todas as cores. Meu Guilherme, nasceste com pressa de amar e ensinar coisas. Foste a maior certeza que tive na vida", completou Carolina Deslandes, que quis assim assinalar o primeiro aniversário daquele que é o seu tão desejado terceiro filho.
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“Olá o meu nome é Dra. Ana, sou a pediatra de serviço no hospital esta noite e eu vou ter de levar o seu filho”, no meio de perguntar o que é que se passava e chorar ao mesmo tempo enquanto me levavam o meu filho acabado de nascer só conseguia gritar ao Diogo “Vai com ele! não o largues, vai com ele!”. Depois disto coseram-me e levaram-me para o recobro. Eu repeti a mesma pergunta um milhão de vezes “O que é que se passa com o meu filho? Porque é que não me trazem o meu filho?” E toda a gente trocava olhares e respondia “precisou só de receber um bocadinho de calor, daqui a 20 min trazem-no.” Passaram 6 horas. As mais longas da minha vida. Já chorava sem esforço e perguntava ao Diogo se ele achava que o nosso filho achava que tinha sido abandonado por não estar perto da mãe, por não estar a ser amamentado, por não estar comigo. 6 horas depois senti os dedos dos pés e levantei-me. Posso-vos dizer que acabada de fazer uma cesariana, a terceira, eu sentia-me capaz de correr e ir ter com o meu filho. Porque sentia-o a chamar por mim. Fui até aos cuidados intensivos e la estava ele. Dentro de um aquário, cheio de tubos de todas as cores. “Porque é que me mentiram?” Dizia eu “Disseram que ele só vinha receber calor”. Fiquei naquelas poltronas horas. Já me deixavam pegar nele ao colo e eu ficava la o máximo tempo que era possivel. Quando me mandavam descansar eu esperava que toda a gente adormecesse e metia-me na cadeira de rodas e ia sozinha. Foram 8 dias de cuidados intensivos. Depois viemos para casa e como os meus filhos mais velhos estavam doentes, não puderam estar em contacto com o Gui. Passamos o Natal e a passagem do ano sozinhos, agarrados,colados um ao outro para compensar o tempo perdido. Durante meses, muito mais do que gosto de admitir, acordava em pânico porque sonhava com isso. A mesma voz, no meu ouvido “Olá o meu nome é dra. Ana” e ia a correr ver se o meu filho estava a respirar. Acho que passado um ano estou melhor, mas de vez em quando os nossos olhos cruzam-se numa brincadeira e eu volto a ve-lo, num aquário com fios de todas as cores. Meu Guilherme, nasceste com pressa de amar e ensinar coisas. Foste a maior certeza que tive na vida (...)
Uma publicação partilhada por Carolina (@carolinadeslandes) a 13 de Dez, 2019 às 12:31 PST
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