Diogo Amaral esteve hoje à conversa com Júlia Pinheiro onde recordou os momentos mais marcantes da sua vida, entre eles os relacionamentos amorosos e ainda a batalha com o vício em drogas.
A infância/adolescência
“Acho que fui durante muito tempo menino da mamã e isso não é uma qualidade. Temos ali sempre um lugar seguro onde vamos alimentar a nossa confiança. Vou usar a minha mãe para me sentir espetacular”, confessa, revelando que “sempre foi muito mentiroso e manipulador”, para conseguir o que queria.
Aliás, o mesmo chegava a fazer “testes” aos pais de forma a perceber quais seriam os limites. Apesar disto considera que não era uma má pessoa, mas que agia sempre em prol dos seus interesses, descobrindo para tal as fraquezas dos outros.
Os relacionamentos com Vera Kolodzig e Jessica Athayde
“Vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para me dar bem com as minhas ex-mulheres”, garante, referindo que é muito importante para si ter um bom relacionamento com as mães dos filhos.
Agora se eu pudesse gostava de ter para aí uns cinco filhosEntretanto confessa o seu desejo de ser pai novamente um dia: “Queria ter mais filhos. Agora se eu pudesse gostava de ter para aí uns cinco filhos. Mas acho que não se pode concretizar porque não tenho financiamento [diz, enquanto se ri]. Tem que haver alguma estrutura”, garante.
A carreira do ator contra a família
Vindo de uma família conservadora, foi contra a vontade dos pais que Diogo seguiu a carreira na representação. Ainda esteve durante dois anos no curso de Arquitetura, da qual acabou por desistir para se dedicar à sua paixão.
A minha avó dizia ao meu pai que ele devia deserdar-me
“A minha avó dizia ao meu pai que ele devia deserdar-me. Porque era uma profissão boémia, uma vergonha”, recorda.
Ainda assim é com emoção que o artista recordou o momento onde foi visitar a avó já nos cuidados intensivos, lugar onde esta lhe deu um bilhete onde referia que tinha visto todos os seus trabalhos.
A relação com Vera Kolodzig
“Detestava a Vera e ela a mim. Embirrávamos um com outro”, sublinha, dando conta que foi numa novela em que trabalharam juntos que os dois iniciaram o relacionamento
Estiveram seis anos juntos e neste tempo foram pais do pequeno Mateus.
“Quando a enfermeira pegou no Mateus e deu-mo, nesse momento caiu-me a ficha. É a cena do amor”, diz, embevecido, pelo seu papel como pai.
O nascimento do menino mudou a vida do ator que confessou que se “assustou” de início com a responsabilidade e o exemplo que tinha de dar.
O vício em drogas
“Para mim a adição é um doença de sentimentos. Tu nasces com ela. Eu tenho uma doença, que tem tratamento e que só começa a partir do momento em que aceitas que tens uma doença”, começa por referir numa primeira instância.
“Podes tê-la toda a vida e ela nunca se manifestar ou manifestar-se de uma forma que te prejudique”, reflete.
Lembro-me que o primeiro charro que fumei, nunca tinha visto um na minha vida“Lembro-me que o primeiro charro que fumei, nunca tinha visto um na minha vida. A seguir pedi ao tipo para trazer o kit completo. A coisa foi-se manifestando de uma forma controlada na minha vida. Não era benéfico, mas não tinha essa consciência”, recorda.
“Houve circunstâncias da minha vida em que estava profundamente triste. De repente via-me num vazio e a única coisa que me tirava da realidade era usar drogas”, lamenta.
Sou um privilegiado por estar aqui… não morriAinda assim, Diogo garante que não mudaria nada. “Sou um privilegiado por estar aqui… não morri. Voltava a repetir tudo o que fiz. Nunca estive tão consciente, sereno e honesto”.
Posteriormente, recordou o dia em que acordou a chorar e decidiu que precisava de mudar tudo na sua vida. “Nesse dia fui pedir ajuda a um amigo meu, ao Ljubomir. Achava que a Jessica não merecia nada disto e separei-me dela. Foi ela que escolheu a clínica, que me pôs a falar com eles e que me foi levar ao aeroporto”.
Entretanto, o ator esteve 28 dias numa clínica de reabilitação da Escócia. “A desintoxicação para mim não foi difícil. Quando cheguei à clínica já não usava há um mês e tal. Eles estudam de onde vêm a tuas inseguranças, porque é que foges da realidade”, afirma.
Salvou-me a vida. Não estava aqui hoje se não fosse ela Neste âmbito, Diogo diz que Jessica Athayde foi fundamental: “Salvou-me a vida. Não estava aqui hoje se não fosse ela”.
Hoje, mais madura, considera que aprendeu a lição e que “já não preciso de fazer asneiras”.