Como é que a 'realeza portuguesa' sobrevive? Dom Duarte Pio esclarece

O duque de Bragança esteve hoje à conversa com Júlia Pinheiro.

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Mariline Direito Rodrigues
15/05/2020 22:29 ‧ 15/05/2020 por Mariline Direito Rodrigues

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D. Duarte Pio

No dia em que completa 75 anos de vida, Dom Darte Pio esteve à conversa com Júlia Pinheiro onde esclareceu algumas das curiosidades que muitas pessoas têm em relação à sua vida. Ora, neste contexto, uma das questões colocadas pela apresentadora ao pretendente ao trono de Portugal foi como é que ele e a respetiva família se sustentavam.

Neste âmbito, o aniversariante fez saber que "não tem ordenado" mas que desconta para a Segurança Social como qualquer cidadão.

Entretanto, num contexto histórico, começou por responder à questão: "As propriedades da família, que deviam ser da família, foram confiscadas, primeiro com o exílio. Começou em 1834. Depois quando voltamos a Portugal morreu o rei D. Manuel II e considerou o meu pai como seu herdeiro pelas linhas dinásticas portuguesas. A rainha D. Amélia foi minha madrinha, o rei D. Manuel II foi padrinho de uma tia minha, fizeram um acordo com os dois ramos da família". 

"Só que o Estado Português, aí já no tempo do Dr. Salazar, não queria entregar à família o seu património, que era o morgadio da Casa de Bragança, então criou uma fundação, a Fundação da Casa de Bragança. Fundação que a determinada altura começou a apoiar o meu pai, forneceu uma habitação, uma casa em São Marcos, perto de Coimbra, e dava um subsídio para sustento da casa. Em 1974 a fundação decidiu que não podíamos continuar lá e cortou-nos o subsídio", continuou.

Foi nesta altura que assumiu uma posição de consultor: "Entretanto, na altura comecei a dar algum apoio a empresas para a exportação e aí também comecei a ganhar".

"A rainha D. Amélia deixou ficar alguma herança para mim, que são alguns prédios em Lisboa. Depois a viúva do D. Manuel II criou a Fundação D. Manuel II, onde o duque de Bragança tinha de escolher um presidente. Escolhi-me a mim próprio como presidente e agora trabalho com a fundação e esses trabalhos feitos com o antigo Ultramar, a CPLP, outras obras humanitárias", fez saber.

Posteriormente, Júlia ainda lembrou outra curiosidade, referente à cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro, Brasil. "Todo o território onde está construído Petrópolis é propriedade da minha família materna e daí recebemos também um rendimento. O imperador D. Pedro II, bisavô da minha mãe, comprou aquela fazenda e construiu lá a sua casa de verão. Muita gente foi viver para lá e queria comprar terrenos. Ele não vendeu nada, mas cedeu os terrenos em troca do pagamento de uma pequena percentagem de 2,5% sobre futuras vendas de casas e isso vigora até hoje". 

Veja aqui as declarações de Dom Duarte Pio.

 

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