Agir escreve carta aberta a Joana Latino

Também o cantor se juntou ao grupo de artistas indignados com as declarações da comentadora.

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Mariline Direito Rodrigues
20/05/2020 13:38 ‧ 20/05/2020 por Mariline Direito Rodrigues

Fama

Agir

Depois de Cláudia Semedo, eis que agora foi Agir quem decidiu responder a Joana Latino, depois da jornalista ter feito um comentário sobre os artistas, onde referiu que estes em vez de se queixarem deveriam lutar, como fez, por exemplo, Bruno Nogueira.

"Pois bem, parece-me uma total falta de respeito e de noção até, achar que todos artistas se encontram em pé de igualdade com o inquestionavelmente talentoso Bruno Nogueira e que a única coisa que os separa é a falta de força de vontade e criatividade para não reclamarem tanto e fazerem-se à vida", denota.

"A maioria das pessoas não faz ideia, mas a Joana, como jornalista que é, tem a responsabilidade acrescida de saber as dificuldades que este setor está e virá a passar. Acho que caiu-lhe muito mal, perante uma situação tão inesperada como esta e que economicamente falando ainda mal começou, opinar: Façam mais e falem menos. Espero vê-la com mais sensatez no discurso daqui para a frente. Os artistas (todos) agradecem", adianta. 

 

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Carta aberta a Joana Latino Querida Joana. Fiquei um pouco preocupado com o seu comentário de há dias onde, na sua opinião, a grande maioria da classe artística terá sido mordida pela mosca tsé-tsé e andará apenas induzida num coma de inércia. Esta preocupação vem de alguém que, regra geral, acha que o que se deve fazer é arregaçar as mangas e ir à luta. Mas ainda assim, quando referiu e bem, o exemplo de pró-actividade de Bruno Nogueira e de todo o seu “gang” de amigos, conhecidos e desconhecidos, disse também e passo a citá-la: “Os artistas em vez de fazerem discursos miserabilistas e catastrofistas de auto-comiseração deviam mexer-se... e olhar para este exemplo”. Pois bem, parece-me uma total falta de respeito e de noção até, achar que todos artistas se encontram em pé de igualdade com o inquestionavelmente talentoso Bruno Nogueira e que a única coisa que os separa é a falta de força de vontade e criatividade para não reclamarem tanto e fazerem-se à vida. Não é de todo intelectualmente séria tal conclusão. As pessoas tendem a achar que os artistas são estes seres privilegiados que enchem salas e recintos todos os dias e onde possivelmente eu também me incluo. Mas não, artistas são também e principalmente os grupos de teatro amador, as companhias de bailado, coreógrafos, pintores, artistas plásticos, escritores, argumentistas, guionistas, encenadores, realizadores, agentes, promotores, músicos, técnicos de som, de luz, roadies, câmeras, perchistas, produtores, maquilhadores, cabeleireiros, figurinistas, enfim a lista não acaba. A maioria das pessoas não faz ideia, mas a Joana, como jornalista que é, tem a responsabilidade acrescida de saber as dificuldades que este sector está e virá a passar. Acho que caiu-lhe muito mal, perante uma situação tão inesperada como esta e que economicamente falando ainda mal começou, opinar: Façam mais e falem menos. Espero vê-la com mais sensatez no discurso daqui para a frente. Os artistas (todos) agradecem.

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Leia a carta completa de seguida:

"Carta aberta a Joana Latino

Querida Joana. Fiquei um pouco preocupado com o seu comentário de há dias onde, na sua opinião, a grande maioria da classe artística terá sido mordida pela mosca tsé-tsé e andará apenas induzida num coma de inércia. Esta preocupação vem de alguém que, regra geral, acha que o que se deve fazer é arregaçar as mangas e ir à luta. Mas ainda assim, quando referiu e bem, o exemplo de pró-actividade de Bruno Nogueira e de todo o seu “gang” de amigos, conhecidos e desconhecidos, disse também e passo a citá-la: “Os artistas em vez de fazerem discursos miserabilistas e catastrofistas de auto-comiseração deviam mexer-se... e olhar para este exemplo”.

Pois bem, parece-me uma total falta de respeito e de noção até, achar que todos artistas se encontram em pé de igualdade com o inquestionavelmente talentoso Bruno Nogueira e que a única coisa que os separa é a falta de força de vontade e criatividade para não reclamarem tanto e fazerem-se à vida. Não é de todo intelectualmente séria tal conclusão.

As pessoas tendem a achar que os artistas são estes seres privilegiados que enchem salas e recintos todos os dias e onde possivelmente eu também me incluo. Mas não, artistas são também e principalmente os grupos de teatro amador, as companhias de bailado, coreógrafos, pintores, artistas plásticos, escritores, argumentistas, guionistas, encenadores, realizadores, agentes, promotores, músicos, técnicos de som, de luz, roadies, câmeras, perchistas, produtores, maquilhadores, cabeleireiros, figurinistas, enfim a lista não acaba.

A maioria das pessoas não faz ideia, mas a Joana, como jornalista que é, tem a responsabilidade acrescida de saber as dificuldades que este sector está e virá a passar. Acho que caiu-lhe muito mal, perante uma situação tão inesperada como esta e que economicamente falando ainda mal começou, opinar: Façam mais e falem menos. Espero vê-la com mais sensatez no discurso daqui para a frente. Os artistas (todos) agradecem". 

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