João de Carvalho não faltou à homenagem feita ao pai, Ruy de Carvalho, tendo marcado presença na inauguração de uma exposição que reúne várias imagens da vida e carreira do ator, na Casa do Artista, esta quinta-feira.
Em conversa com os jornalistas, o estado de saúde de Maria João Abreu acabou por ser comentado por João de Carvalho, que contou que José Mata foi o primeiro a socorrer a colega e amiga. Recorde-se que todos fazem parte da novela ‘A Serra’, da SIC.
“Ela tinha vindo ao camarim fazer uma muda de roupa. Sentiu-se mal, deu um grito. Quem estava ao lado era o José Mata, que foi socorrê-la”, contou.
As gravações da novela não pararam, apenas deixaram de ser gravadas as cenas com Maria João, explicou ainda, afirmando que todo o elenco está de rastos.
“Estamos todos muito preocupados. Para terem uma ideia, todas as noites, às 21h30, estamos em conjunto, no Whatsapp, a orar por ela. Todos nós temos uma vela acesa em casa por ela. No dia em que isto lhe aconteceu, não sei quantas vezes é que rezei o terço”, partilhou.
“A Maria João é uma irmã para mim. Isto é uma coincidência horrível que me atirou completamente para baixo porque ela teve isto com menos um ano que a minha mulher. A Helena foi aos 58 e ela aos 57. Arrasou-me por completo. Estou completamente abalado. Não tenho dormido, acordo de noite e vou rezar”, acrescentou, confessando que toda esta situação o fez mexer com o seu passado, recordando toda a situação que viveu com a mulher, Helena Maria, que morreu em 2014.
“Nós conversávamos muito porque tinha sido amiga da Lena [mulher de João de Carvalho], e perguntava-me quais eram os sintomas. E disse-me que tinha sempre dores de cabeça muito fortes”, relatou. “Ela estava preocupada”, continuou, referindo que estes desabafos de Maria duravam há cerca de um ou dois meses.
João de Carvalho contou ainda que a atriz tinha “dois aneurismas”, continuando neste momento em coma induzido. “O primeiro eles localizaram e fizeram um stent, só que não deram conta que estava lá outro, numa zona mais profunda”, detalhou, salientando que a amiga estava neste momento com vários trabalhos em mãos, além da recente perda do pai.
“Ela tinha três trabalhos ao mesmo tempo, e não eram papéis propriamente pequenos… Ela estava assoberbada de trabalho. E nós todos temos a nossa vida particular e as nossas preocupações com os nosso filhos, os nossos netos, a nossa família. Há muito pouco tempo faleceu o pai [da Maria João] e afetou-a muito. Teve Covid… Tudo isto…”, realçou.
“Desejo muito que ela recupere, do fundo da minha alma. Mas que recupere a Maria João porque uma coisa parecida com a Maria João… Ela é uma mulher forte, uma atriz extraordinária, vê-la diminuída não sei se é justo", desabafou.
João de Carvalho disse ainda que a colega e amiga "estava muito magra". "As pessoas [com este problema de saúde] perdem a vontade de comer. A minha mulher não comia. Eu lembro-me da Maria João rechonchudinha. Ela mostrou-me as pernas e eram um pauzinho, deixou de ter curvas...", acrescentou.
"O aneurisma está para a cabeça como o cancro do pâncreas, quando aparece normalmente é para matar uns dias depois. Infelizmente, esse é que é o problema grave", rematou.
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