O príncipe Harry revelou esta quinta-feira, dia 20 de maio, que sofreu ataques de pânico e que acabou por 'afogar' as mágoas no álcool por não conseguir lidar com a morte da mãe, a princesa Diana. Este confessou ainda a forma como foi tentado a consumir drogas, tudo numa tentativa desesperada para acalmar a enorme dor que sentia e que nunca conseguiu curar.
O duque de Sussex, de 36 anos, abriu o seu coração durante uma entrevista numa série dcoumental na Apple TV+, falando do trauma por que passou após a morte de Lady Di num trágico acidente de carro em agosto de 1997.
"Estava disposto a beber, a consumir drogas, estava disposto a experimentar coisas que me levassem a sentir menos o que estava a sentir", confessou. "Mas devagar percebi que não ia beber de segunda a sexta, mas provavelmente bebia o mesmo [que beberia numa semana] numa sexta ou sábado à noite", lembra. "Via-me a beber, não porque gostava, mas porque estava a tentar esconder algo", notou ainda
Recorde-se que Harry estava quase a completar 13 anos de idade quando perdeu a mãe. Este também evidenciou o incentivo que recebeu da mulher, Meghan Markle, para procurar ajuda psicológica.
Os ataques de pânico e o peso da sua posição real
Atualmente, Harry encontra-se afastado da família real britânica e da posição que outrora ocupava. Foi precisamente esse tempo que também recordou, não guardando dele as melhores memórias.
"Todas as vezes que vestia um fato e uma gravata e tinha um papel a desempenhar ou algo do género, [eu pensava] vamos lá. Antes mesmo de sair de casa estava a transpirar com a minha camisola, o batimento do meu coração estava... estava em modo de alerta. Ataques de pânico, ansiedade severa - dos 28 aos 32 a minha vida foi um pesadelo", revelou.
Na visão do príncipe, as pessoas que de alguma forma foram afetadas pelo ambiente em que viveram, se não lidaram com o assunto nem o processaram corretamente, provavelmente irão acusar a pressão de diversas formas.
No mesmo âmbito, ainda lamentou não ter recebido da família a ajuda que necessitava: "Pensava que a minha família ia ajudar, mas cada tarefa, pedido, aviso, o que quer que fosse, foi recebido com silêncio ou negligência total", aponta.
"Membros da família disseram para entrar no jogo, que a vida seria mais fácil, mas ainda tinha muito da minha mãe dentro de mim. Sinto-me fora do sistema, mas ainda estou preso lá. A única forma de te libertares é contares a verdade", afirmou posteriormente.
Tendo frequentado sessões de terapia durante quatro anos - algo que ainda não deixou de fazer - o entrevistado mostrou-se surpreendido por ter precisado de ajuda durante tanto tempo. "Não estava num ambiente onde era encorajado a falar sequer. Era como se fosse esmagado".
Recorde-se que este novo projeto do príncipe Harry, feito em parceria com Oprah Winfrey, irá também contar com os testemunhos de Oprah, Lady Gaga e Glenn Close.
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