"Estamos todos de boca aberta com o que se está a passar no Afeganistão". Foi com estas palavras que Carolina Deslandes começou um recente vídeo onde "explica o que está a acontecer, principalmente para as gerações mais novas que estão um bocado a apanhar do ar e não estão a perceber o que se está a passar".
De seguida, a cantora afirmou que "nós não só temos o poder como temos o dever e a responsabilidade de mudar as coisas".
"Falando sobre as coisas e não deixar que os assuntos sejam contornáveis, não deixar que os assuntos não sejam discutidos e trazidos para cima da mesa, a não deixar que os governos do resto dos países do mundo não tomem uma atitude perante uma das maiores violações dos direitos humanos à qual estamos a assistir em 2021", enumerou.
"É da nossa responsabilidade exigir que isto seja tratado, é da nossa responsabilidade exigir uma intervenção, é da nossa responsabilidade educar as pessoas que estão à nossa volta para se preocuparem, para serem ativas, para perceberem o que se está a passar. Cada um de nós que fizer isso já está a fazer muito. Trazer o assunto para cima da mesa, abordá-lo e não permitir que o assunto seja ignorado", frisou, falando depois sobre o que se está a passar no país.
"Aquilo que se está a passar no Afeganistão é que os talibãs voltaram ao poder, e os talibãs voltando ao poder existe um retrocesso a todos os níveis no Afeganistão que vai afetar principalmente as mulheres. [...] Estamos a falar de uma organização que tem uma interpretação da religião e que criou uma data de imposições e verdades que não são consensuais e que são impostas a toda uma população à força. Uma população que está assustada e incapaz de se defender e que conta connosco, com todos, para que alguém faça alguma coisa", explicou.
"As mulheres a partir deste momento estão a ser afastadas dos seus cargos, as mulheres não podem ter acesso à educação, não podem trabalhar, não podem ser atendidas por médicos homens, não podem deixar as suas casas sem serem acompanhadas pelo marido ou irmão, não podem pintar a unhas, não podem mostrar os tornozelos, não podem rir", detalhou de seguida.
"As mulheres não têm direito a absolutamente nada. Para além de que entre os 12 e os 45 anos as mulheres são muitas vezes oferecidas como escravas sexuais, são obrigadas a casar, vistas como objetos e não têm qualquer poder sobre a sua vida. Isto não é um assunto do Afeganistão, isto é um assunto de todos. Gosto de acreditar que hoje em dia temos a noção do que é o mínimo para viver com dignidade. Gosto de pensar que hoje em dia temos uma preocupação coletiva e vemos que o se passa no mundo é uma responsabilidade de todos", continuou.
No mesmo vídeo, a artista frisou que "não é uma altura de ignorar, de passar à frente, de fazer memes e gozar com a situação".
Veja o vídeo abaixo:
Ver esta publicação no Instagram
Leia Também: "Apelo a quem de direito para que faça alguma coisa no Afeganistão"