Primo de Rogério Samora: "Deixou cair a cabeça, deixou cair uma lágrima"
Carlos Samora partilha episódio "muito complicado" e fala do estado de saúde do ator.
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Fama Rogério Samora
"O Rogério sempre foi um lutador, um solitário… Com o seu feitio, a sua reverência, de uma maneira geral conseguiu levar a bom porto as ideias e os projetos que tinha. E ele continua a lutar com todas as forças que tem e com a força que nós lhe transmitimos. Ele vai lutar e vai vencer, eu acho que sim". Foi desta forma que Carlos Samora, primo de Rogério Samora, começou a falar do ator, que continua a lutar pela vida.
Carlos Samora falou para o programa 'Casa Feliz', da SIC, conversa que foi transmitida esta quinta-feira, 28 de outubro, dia em que o ator completa mais um ano de vida.
O familiar explicou que o artista tem um "irmão que está em Espanha", mas que "há muitos anos que não sabem dele". Aliás, diz, Rogério Samora acredita que o irmão, Paulo, faleceu. "Ele não responde a cartas, não responde a mensagens... Não sei", acrescentou.
A pessoa mais direta da família de Rogério, além de Carlos, é o pai do ator, que se encontra num lar e que sofre de alzheimer. "Ele não sabe. Seja qual foi o desfecho do Rogério, nós não lhe vamos dizer nada porque não há necessidade nenhuma de lhe meter mais coisas na cabeça", disse Carlos.
"O nosso Rogério continua numa situação complicada. Está estável, com o prognóstico reservado, mas continuamos a ter fé e esperança. Embora tenhamos a noção que o Rogério nunca mais volta a ser o que era, mas ele que venha que nós estamos cá para o receber de braços abertos, é isso que queremos", acrescentou, falando do estado de saúde do ator.
"Há 100 dias que está a dormir, que não tem qualquer reação. Nesta altura está em coma vegetativo", continuou, desmentindo as notícias que alegavam que o artista estava "em morte cerebral".
"Isso é mentira, não está ligado a máquina nenhuma, está perfeitamente autónomo. A única coisa que tem ligação ao exterior neste momento é uma sonda gástrica para poder ser alimentado. Todos os outros órgãos estão a funcionar quase que em pleno, sem necessidade de auxilio", frisou. "O que os médicos nos dizem é que é uma incógnita, ele tanto pode estar uma semana assim, como pode estar um mês ou vários anos", explicou.
"Venha como vier, ele não vai aceitar a situação porque é muito complicado. Ele sempre disse que qualquer coisa que lhe acontecesse que não ia ser fácil de digerir, mas estamos cá e vamos dar-lhe força e ele que venha que é aquilo que nós queremos. Ele tem a família à espera dele", destacou.
Carlos Samora realçou também que é a pessoa que tem acompanhado a situação de perto desde o início, quando o ator sofreu uma paragem cardiorrespiratória em julho durante as gravações da novela 'Amor Amor'.
"Caiu nos meus ombros esta situação, que é uma situação complicada porque o Rogério tem uma vida complicada, mas aquilo que quero é dar dignidade ao Rogério", afirmou.
"Tem sido muito difícil, sobretudo a nível burocrático. Só quem passa por estas situações é que se pode aperceber que vivemos num país em que a burocracia é um ponto que as pessoas chegam a uma certa altura e desesperam. É preciso a juíza ir vê-lo e o delegado de saúde porque não acreditam nos atestados médicos, não acreditam nos papéis que temos, que está à vista de toda a gente. O Rogério neste momento está com 100% de incapacidade, é o que dizem os atestados, é o que dizem os médicos... Mas temos que lidar com isto e esperar o tempo que for necessário", acrescentou.
"Já passaram 100 dias em que tenho assumido todas as responsabilidades do Rogério e estamos cá para levar isto até onde for possível para poder fazer face às despesas que ele tem porque tem de ser", partilhou, referindo que "não conseguem mexer num tostão do Rogério".
"Sou a única pessoa que o visito. Desde o hospital que as visitas eram mais assíduas, agora é só uma vez por semana onde ele está, devido às condições que estamos a viver. Houve uma exceção, pessoas que queriam muito e que foram visitá-lo uma única vez, de resto sou eu que estou lá sempre que é possível fazer a visita. Estou lá para lhe dar força, para falar com ele, para lhe puxar as orelhas e para dizer que continuamos à espera dele. Estou ali meia hora com ele e não me calo, faço-lhe cocegas, aperto-lhe a mão... Temos que ir ali com boa disposição para ele ver que estamos à espera dele", salientou.
Mas não ficou por aqui e recordou ainda um episódio marcante que viveu numa das vezes que visitou o ator quando estava no hospital.
"Tive a sensação que ele estava a ouvir o que eu estava a dizer. Isto porque ele estava deitado na cama e teve um movimento que nunca tinha tido ao longo dos cerca de 70 e tal dias. Ele deixou cair a cabeça, deixou cair uma lágrima e foi um momento que não foi nada fácil, muito complicado. Quase que tenho a certeza que ele estava a ouvir o que eu estava a dizer. Na altura falei com o enfermeiro e ele disse que não era possível, mas isso ficou na minha cabeça", lembrou.
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