Matthew McConaughey participou numa conferência de imprensa na Casa Branca, esta terça-feira, 7 de junho, a propósito do tiroteio que aconteceu numa escola primária em Uvalde, no Texas, de onde é natural.
O ator, que no início deste ano chegou a considerar candidatar-se a governador do Texas, reuniu-se brevemente com Biden antes de se dirigir aos jornalistas na sala de imprensa da Casa Branca.
Transtornado com a problemática o uso de armas nos EUA, o ator mostrou-se emotivo durante o discurso que apelava para um maior controlo do uso armamento.
McConaughey frisou que é altura que "reestruturar os valores das famílias e da América" e "responsabilizar os donos de armas". "Os donos de armas responsáveis estão fartos que a Segunda Emenda seja abusada e sequestrada por alguns indivíduos perturbados", atirou.
Contou que a sua mãe foi educadora num jardim de infância a menos de dois quilómetros da escola onde ocorreu o massacre e sublinhou que foi naquela pequena cidade do Texas que aprendeu a responsabilidade que advém da posse de armas.
O ator norte-americano não esqueceu as vítimas mortais do massacre, mostrando fotografias de algumas das 19 crianças que perderam a vida.
"A maioria dos corpos estava tão mutilada que apenas testes de ADN poderiam identificá-la", lembrou.
Sem responder a perguntas, disse que, juntamente com a mulher, se deslocou à cidade no dia a seguir ao massacre e passou tempo com as famílias de algumas das vítimas e outras pessoas diretamente afetadas pelo ataque. Acrescentou que todos os pais com quem falou exprimiram o desejo de que "os sonhos dos seus filhos persistam".
"Queremos escolas protegidas e seguras e queremos leis das armas que não tornem tão fácil aos tipos maus obterem as malditas armas", disse ainda.
Matthew McConaughey © Getty Images
McConaughey reconheceu que uma melhor legislação sobre armas não porá fim a tiroteios em massa, mas defendeu que há medidas que podem ajudar a reduzir as probabilidades de estes acontecimentos se repetirem com tanta frequência.
"Precisamos de investir em saúde mental. Precisamos de escolas mais seguras. Temos de restringir a cobertura mediática sensacionalista. Precisamos de restaurar os nossos valores familiares", frisou.
O debate sobre a posse de armas voltou a estar na ordem do dia nos Estados Unidos da América depois do massacre no dia 24 de maio. O tiroteio na Robb Elementary School foi orquestrado por Salvador Ramos. O jovem, de 18 anos, matou 19 crianças e dois adultos, e acabou por ser morto durante uma troca de tiros com a polícia.
[Notícia atualizada às 23h44]
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