Ângelo Rodrigues sobre mel alucinogénico: "Sensação de envenenamento"
"Saímos do restaurante e na primeira esquina ficamos deitados durante três horas porque não nos conseguíamos mexer", descreveu o ator.
© Instagram - Ângelo Rodrigues
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Durante a sua viagem ao Nepal, Ângelo Rodrigues viveu uma das maiores aventuras da sua vida quando experimentou, na companhia de um amigo, o 'mad honey', mel alucinogénico produzido no país. Em entrevista aos jornalistas numa conferência que aconteceu no Melia Lisboa Aeroporto, o ator, de 35 anos, descreveu o que sentiu na altura, destacando sintomas como "calor" e "formigueiro" no rosto.
"Existem duas regiões do mundo - o Nepal e uma região montanhosa na Turquia - em que o mel tem propriedade alucinogénicas. Isto porque a maior abelha do mundo é a abelha nepalesa e ela, por questões de sobrevivência, no alto de uma colina deixa uma substância que é meio venenosa", começa por contextualizar.
"Essa substância tem uma carga histórica. Desde o tempo em que gregos e romanos lutavam o mel era utilizado como arma de guerra. Nas reuniões que tinham com as pessoas com quem lutavam, colocavam o mel por cima das comidas e passado uma hora os combatentes estavam esticados no chão. Agora é uma técnica que está a cair em desuso porque as pessoas morrem a tentar alcançar esse mel. É muito difícil lá chegar, é preciso uma preparação. Desde construírem uma escada de bambu de 30 metros onde ficam suspensos sem qualquer proteção", sublinha.
"Eu e um amigo meu deslocámo-nos a essa região e fomos a uma degustação a uma loja onde tinha vários tipos de mel. O nosso foco era o tal mel alucinogénico, só o conhecíamos como 'mad honey'", relata.
"A única referência que tinha era o rótulo que dizia: propriedades medicinais, não exceder uma colher de chá por dia. Mas depois eu e o meu amigo fomos procurar à internet os sintomas, qual deveria ser a toma... resumindo e concluindo: eu e o meu amigo tomámos duas colheres de sopa. E tivemos a brilhante ideia de o fazer antes de irmos a um restaurante jantar", recorda, entre risos.
Os sintomas acabaram por revelar-se mais intensos do que esperavam, conforme explica. "Fomos para o restaurante, pedimos a comida e exatamente antes de chegar a comida começamos a sentir o corpo extremamente quente, a sentir formigueiro no corpo todo, essencialmente na cara, como se tivesse a ser alfinetada por agulhas. Fico com uma extrema dificuldade em fechar os olhos, o meu amigo começa a ter vontade de desmaiar, a comida estava a chegar e isto tudo num espaço onde estavam outras pessoas".
"O meu amigo vai à casa de banho porque não se estava a sentir bem, eu tento aguentar o barco para dar uma boa imagem. A comida chega e lembro-me que o que despoletou a montanha russa a partir daí foi uma Coca-Cola que bebi. A partir daí fiquei com vontade também de ir à casa de banho socorrer o meu amigo, vou para socorrer e descubro que já estava agarrado a uma sanita sem conseguir levantar-se", descreve.
"Não sei quais são as propriedades deste mel, mas ele dá uma enorme vontade de ficar no chão. O meu desafio a partir daí foi pegar no meu amigo e juntos irmos para a mesa de jantar, dizermos que queríamos levar a comida para casa para sairmos do restaurante o mais rápido possível, para não passarmos uma vergonha", acrescenta.
"Assim o fizemos. Saímos do restaurante e na primeira esquina ficamos deitados durante três horas porque não nos conseguíamos mexer. Entretanto vemos uma luz a apontar para nós, era uma lanterna, a polícia a dizer-nos para sairmos dali", faz ainda saber, notando que demorou algumas horas até que conseguissem levantar-se.
"Tivemos uma sensação de envenenamento porque é essa a substância que as abelhas colocam no mel. Tomamos uma sobredosagem que acelerou esse processo. Não deu alucinações, mas quase que morríamos envenenados", completa.
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