Rita Ferro Rodrigues fez uma reflexão na sua página de Instagram sobre os partos e as novas tendências de mulheres que preferem ter os filhos em casa e não no hospital.
"Ouvi muitas vezes a minha querida avó contar que o maior desgosto da vida dela foi a morte de um filho, num parto em casa, quando as mulheres não tinham alternativa. Estava lá a “parteira” mas o bebé tinha o cordão à volta do pescoço e não sobreviveu. A minha avó sobreviveu a custo, muitos anos inundada pela tristeza", começa por contar.
"Já perdi a conta ao número de amigas minhas que não se tinham safado se não tivessem os filhos num hospital, com a assistência médica competente e pronta. Uma mulher não é menos mulher por levar epidural. Esta recente glorificação da dor deixa-me petrificada! É preciso provarmos o quê? Nós mulheres já não sofremos o suficiente?", questiona.
"A conquista do parto hospitalar foi determinante para reduzir drasticamente o número de mortes no parto, seja dos bebés, seja das mães. Em muitos países africanos (por exemplo) jovens mães ainda morrem todos os dias que nem tordos a ter dos seus bebés sem qualquer apoio médico. O que elas desejariam a oportunidade de os fazer nascer num ambiente seguro", continua.
"Falemos de humanização do parto hospitalar sempre, falemos do combate à violência obstétrica sempre…. mas, por favor, não retrocedamos naquela que é uma das maiores conquistas das mulheres (ocidentais) e que ainda está por conquistar por tantas outras não privilegiadas: o parto hospitalar assistido por médicos", apela.
"Este post não pretende abrir guerras e muito menos atacar seja quem for. É apenas uma reflexão e até uma homenagem à minha avó e a todas as mulheres que passaram por o que ela passou. Não esquecer", completa.
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