Críticas ao príncipe Harry mostram divisões sobre família real
A opinião é da Camilla Tominey, editora-adjunta do jornal Daily Telegraph.
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A editora-adjunta do jornal Daily Telegraph, Camilla Tominey, defende que aumentou o respeito na imprensa pela privacidade da família real britânica e que as críticas ao príncipe Harry e esposa Meghan refletem divisões na opinião pública.
"A privacidade [da família] real nunca foi tão respeitada em termos de 'paparazzi' [fotógrafos]", disse a jornalista num evento organizado pela Associação de Imprensa Estrangeira no Reino Unido na terça-feira.
"Harry e Meghan nunca foram perseguidos", adiantou, alegando que um documentário sobre a história do casal "teve de usar imagens de 'paparazzi' de eventos que não lhes diziam respeito para ilustrar o seu ponto de vista" sobre a pressão mediática.
Tominey, que seguiu a família real durante anos no jornal Sunday Express e na televisão NBC e continua a acompanhar no Daily Telegraph, admitiu que no tempo da Princesa Diana o comportamento dos fotógrafos era questionável.
Diana morreu em Paris em 1997, aos 36 anos, quando o carro em que seguia com o namorado, Dodi Al-Fayed, e o motorista, embateu num pilar de cimento do túnel por onde passava quando estava a ser perseguido por fotógrafos em carros e motas.
Um inquérito judicial britânico concluiu que o acidente foi um resultado da conduta negligente dos veículos perseguidores e da elevada taxa de alcoolemia do motorista.
"Quando a Duquesa de Sussex [Meghan Markle] entrou em cena, já não havia 'paparazzi' atrás deles. Não existia mercado no Reino Unido para esse tipo de fotografia", explicou.
Sobre a alegada cobertura mediática negativa de que Harry e Meghan se queixam, e que invocaram quando abandonaram funções dentro da família real e trocaram o Reino Unido pelos Estados Unidos para viverem, Tominey garante que ouve sempre os dois lados.
"Como qualquer jornal, vamos representar todos os pontos de vista. E, tal como os leitores têm sentimentos contraditórios sobre Harry e Meghan, a cobertura também vai refletir isso", explicou.
Segundo esta especialista na família real, a presença do príncipe Harry na coroação do pai em 06 de maio em Londres sem a companhia de Meghan vai ser um dos principais temas de interesse do evento, apesar da importância protocolar da cerimónia.
Num livro de memórias chamado "Sombra" publicado no início do ano, Harry criticou a família real, em especial o irmão, William, e a madrasta, Camilla, o que azedou as relações familiares.
"Este é um grande momento, constitucionalmente significativo, com um rei a ser coroado pela primeira vez em 70 anos, combinado com a história de uma família e a história de um pai a ser reunido com o filho no meio de uma grande tensão", resumiu Tominey.
O Rei do Reino Unido, Carlos III, vai ser coroado em 06 de maio em Londres, numa cerimónia na Abadia de Westminster, juntamente com a Rainha Consorte, Camilla.
Carlos III, de 74 anos, foi proclamado oficialmente rei em 10 de setembro de 2022, dois dias depois da morte da mãe Isabel II aos 96 anos e após 70 anos de reinado.
A cerimónia envolve uma série de rituais, incluindo uma unção, o juramento e a subida ao trono, a entrega da espada ao rei, orbe, anel, cetro reais e, finalmente, a coroação com a coroa de São Eduardo [St Edward].
A Rainha Consorte, Camilla, será coroada com a coroa de platina e diamantes feita para a Rainha Maria, consorte do Rei Jorge V e bisavó de Carlos III.
À cerimónia solene, que terá na assistência dignatários e representantes da população britânica, segue-se um cortejo pelas ruas que terminará no Palácio de Buckingham, onde a família real fará a tradicional aparição na varanda.
As celebrações da coroação vão prolongar-se durante mais dois dias, incluindo festas de rua por todo o país e um concerto musical no Castelo de Windsor no domingo e um feriado nacional na segunda-feira, durante o qual o Rei apelou aos britânicos que façam voluntariado.
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