A propósito do Dia da Criança, que se celebra hoje, 1 de junho, Cláudio Ramos decidiu ir ao seu "álbum" de memória e partilhar uma fotografia sua de infância, que data de 1981.
"Quando era criança, nunca ninguém me explicou que o mundo não seria almofadado. Cresci muito depressa. Fiz-me bem-disposto, porque não entendo a vida de outra maneira. Vamos crescendo e, aos encontrões, percebemos que o que deixa de nos fazer criança não é o calendário. É a força com que a vida se agarra a nós e decide fazer o que quer", afirma.
"Imaginem um boneco de trapos nas vossas mãos, que sacodem de um lado para o outro sem dó nem piedade… É isto que a vida nos faz. Não há tempo para nos explicarem que é demasiado cruel deixar de ser criança. Devíamos ser crianças muito tempo. Talvez sempre. A idade da inocência é a mais feliz, mesmo quando achamos que pode não ser. Acreditamos mais, logo, somos mais felizes. Somos sempre mais felizes quando ainda acreditamos em alguém ou em alguma coisa", continua.
"Em criança, nunca me avisaram que um dia ia deixar de acreditar. Não se pode cortar de repente, aquilo que pensamos do mundo. Nem me disseram isso, nem me explicaram que quando crescesse, iria ter de construir uma máscara para enfrentar a idade adulta com a mesma verdade com que a imaginava em criança. Ainda assim, não me zanguei com a vida, nem tenho saudades de ser criança. A vida é demasiado feroz para me zangar com ela. Iria perder a batalha. E eu adoro a vida!", defende.
"Tenho é de ir gerindo expectativas, até porque quando era criança ninguém se chegou ao pé de mim e me disse, ‘Cláudio, vai devagar, que isto não é almofadado e podes magoar-te a valer.‘ Depois, não é um penso que cura a ferida, nem um punhado de chocolate a alma. Isso é mentira! Um e outro servem, apenas e só, para cicatrizar a pele e aumentar o perímetro abdominal. Feliz dia da criança", completa.
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