António Raminhos fez uma reflexão sobre a morte. O assunto foi debatido pelo comediante através de uma partilha nas redes sociais, na qual mostrou a sua perspetiva sobre o tema que tantas vezes o importunou ao longo da vida.
"Já morri muitas vezes. Já perdi a conta às vezes em que me restavam horas ou dias de vida. Ainda ontem, vi a morte frente aos meus olhos", começa por escrever.
"Morro cada vez que um pensamento sobre a morte me assola. Morro cada vez que deixo espaço para que uma dúvida sobre um sintoma, uma notícia, uma pesquisa no google assuma o controle", revela.
"O 'possível' sintoma torna-se numa certeza, uma notícia sobre uma fatalidade passa a ser a minha realidade e, como todos sabemos, no google tudo é terminal. Com isto vem uma urgência imediata de ter uma resposta de que está tudo bem! Naquele momento, naquele segundo. Algo que faça desaparecer a dúvida e a ansiedade. É importante sermos vigilantes, ir ao médico se temos dúvidas, fazer exames de rotina, mas seguindo caminho", aponta.
"Para mim, por vezes, a melhor maneira para sair desta condição é quase como que alinhar no jogo: 'já que são os últimos dias, então vou aproveitar, vou procurar estar mais presente, não quero saber!'. E assim vou ressuscitando aos poucos. Mas esta é a verdadeira questão. Porque é que precisamos de morrer vezes e vezes sem conta na nossa cabeça para estarmos mais presentes? Porque é que vivemos apenas enquanto não temos dúvidas sobre a morte? A morte existe, faz parte, das mais variadas formas. A morte é a certeza da vida. A morte está presente todos os dias, nós é que não", completa.
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