Uma colisão entre um avião comercial e um helicóptero militar provocou a morte a um total de 67 pessoas, na noite de quarta-feira, perto do aeroporto de Washington DC, capital dos Estados Unidos.
Segundo o mais recente balanço oficial, foram encontrados 27 corpos, sendo que a operação de resgate inicial passou pouco depois a ser de "recuperação", dadas as temperaturas das águas.
Eis o que se sabe até ao momento:
O acidente ocorreu pelas 21h00 locais de quarta-feira (2h00 de quinta-feira em Lisboa), quando um avião da companhia American Airlines, que transportava 60 passageiros e quatro tripulantes, colidiu com um helicóptero do exército norte-americano, onde iam a bordo três soldados.
A colisão ocorreu durante a aterragem no aeroporto Ronald Reagen, a poucos quilómetros de Washington DC, num dos espaços aéreos mais controlados e monitorizados do mundo, a pouco mais de cinco quilómetros a sul da Casa Branca e do Congresso norte-americano.
Deu-se início a uma grande operação de busca e salvamento, que passou pouco depois para de "recuperação" após se concluir que não haveria sobreviventes, no Rio Potomac, onde caíram as duas aeronaves.
Esta sexta-feira, os investigadores tentarão recuperar as duas aeronaves envolvidas no acidente, após terem sido recuperadas as duas caixas negras do avião - que, apesar de estarem submersas, deverão poder ser analisadas.
O que causou o acidente?
Até ao momento, ainda não foi possível concluir a causa da colisão. Sabe-se, segundo a agência de notícias Reuters, que as comunicações de rádio mostram que os controladores de tráfego aéreo alertaram o helicóptero para a aproximação do avião e pediram-lhe que mudasse o rumo.
Um relatório da Agência Federal de Aviação dos EUA (FAA) referiu também, na quinta-feira, que o pessoal na torre de controlo de tráfego aéreo "não era o normal" no momento da colisão, com um controlador a trabalhar em duas posições no momento do acidente.
No entanto, Nick Daniels, presidente da Associação Nacional de Controladores de Tráfego Aéreo, realçou que "seria prematuro especular sobre a causa raiz deste acidente".
Em conferência de imprensa, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse não saber os motivos, mas apontou o dedo, sem provas, aos governos democratas de Barack Obama (2009-2017) e Joe Biden (2021-2025) por terem contratado controladores de tráfego aéreo que, na sua opinião, eram pouco qualificados, seguindo políticas de diversidade e inclusão.
"Eu dei prioridade à segurança. Obama, Biden e os democratas colocaram a política em primeiro lugar", declarou o presidente norte-americano, na Casa Branca.
Quem são as vítimas?
Um grupo de patinadores artísticos, os seus treinadores e familiares viajavam no avião da American Airlines, de acordo com a Federação de Patinagem Artística dos Estados Unidos (U.S. Figure Skating), acrescentando que o grupo estava a regressar de um evento em Wichita, no Kansas.
Entre as vítimas, estavam os patinadores artísticos e treinadores russos Evgenia Shishkova e Vadim Naumov. Os treinadores, que eram casados, haviam vencido o campeonato do mundo de patinagem artística no gelo em pares em 1994. Alguns anos depois, em 1998, terminaram as suas carreiras desportivas e mudaram-se para os Estados Unidos, onde começaram a treinar outros patinadores.
O presidente norte-americano confirmou que já foram feitos contactos com a Rússia no sentido de repatriar as vítimas russas. "Já estivemos em contacto com a Rússia e a resposta é sim. Vamos facilitar [o repatriamento]", afirmou Trump, apesar de admitir ainda não ter falado com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, sobre o acidente.
Parte da tripulação do avião também já foi identificada: o piloto Jonathan Campos, de 34 anos, o copiloto Sam Lilley, de 28 anos, o hospedeiro de bordo Ian Epstein, de 53 anos.
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