O jornalista Robert Jobson afirmou hoje que a família real britânica precisa de ser mais transparente para recuperar a confiança perdida devido à divulgação de uma fotografia alterada digitalmente que alimentou especulação e desinformação.
"Vivemos num mundo diferente, onde as teorias da conspiração na Internet ganham força, quando na verdade são um monte de disparates, e eles têm de enfrentar isso", afirmou o escritor e jornalista especializado em realeza britânica, num evento em Londres.
A Casa Real britânica divulgou no dia 10 de março uma fotografia da princesa de Gales, Kate Middleton, e dos seus filhos, George, Charlotte e Louis, para assinalar o Dia da Mãe no Reino Unido, alegadamente tirada pelo marido, o príncipe William.
Segundo a imprensa britânica, o objetivo era acalmar as especulações sobre a saúde de Kate, quase dois meses depois da princesa de Gales ter sido submetida a uma cirurgia abdominal devido a uma condição não especificada.
No entanto, a descoberta de múltiplas irregularidades na fotografia levou cinco das maiores agências de notícias internacionais a retirarem de circulação a respetiva imagem, alegando que tinha sido manipulada.
Kate Middleton assumiu a responsabilidade pela manipulação, alegando que "como muitos fotógrafos amadores", também faz "experiências com edição", mas Jobson culpa os serviços internos da família real relacionados com a comunicação, que deviam ter sido mais cuidadosos.
A família real britânica recusou divulgar a imagem original.
Segundo Robert Jobson, correspondente real do jornal Evening Standard e autor de vários livros sobre a monarquia, esta situação resultou numa quebra da confiança da imprensa e também do público na família real.
"Como é que vão ganhar a confiança de volta? Fazendo um trabalho profissional e certificando-se de que são honestos e abertos tanto quanto possível", sugeriu.
Robert Jobson publicou uma biografia do Príncipe William em 2022 e tem planeado o lançamento de uma biografia de Kate em julho.
Para este jornalista e escritor, o problema faz parte de uma tendência do casal excluir jornalistas das suas comunicações, optando por publicar fotografias tiradas por eles próprios ou publicando vídeos diretamente nas redes sociais.
"É muito mais fácil ir ao YouTube e dizer o que se quer dizer porque não se está a ser questionado sobre o que se está a fazer. E o mesmo se passa com as fotografias", referiu.
"Qualquer organização que gaste dinheiro público merece que os jornalistas da imprensa livre façam perguntas legítimas", concluiu.
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