O Dia do Pai celebra-se esta segunda-feira, dia 19, e Júlio Isidro decidiu recordar o pai nas redes sociais este fim de semana, começando por falar sobre a “herança” que lhe foi deixada.
“Fiquei rico quando, num dia de agosto de há trinta anos, me deixou. Estávamos de mão dada. E continuo a enriquecer todos os dias com o seu legado. A conta bancária, nem a conheci porque a família reserva uma enorme dignidade perante a perda de cada um dos nossos. O pudor não nos deixou partilhar os seus bens materiais, creio que poucos. Mas, os princípios e valores guardei-os todos para repartir com as minhas irmãs. O que eu aprendi consigo, papá”, lembrou o apresentador, referindo ainda que o pai deixou-lhe “um cofre cheio de respeito pelos outros, honestidade da palavra dada, cultura geral, português correto e indiferente a acordos mais ou menos ortográficos, sensibilidade musical, visão crítica em relação a todos os poderes e um razoável sentido de humor”.
Na mesma publicação, Júlio Isidro afirmou que o progenitor foi um “filho exemplar”, enumerando algumas das suas qualidades.
“Claro que não sei tanto latim e grego como o papá. Também toquei sempre muito mal piano e viola e o papá tocava mais uma dúzia de instrumentos. Gosto, e sei de história, mas da grande e da pequena, o papá é imbatível. E a letra tão bonita nos livros escritos por si no liceu e na faculdade? A minha é, por mim, ilegível. Também não jogo tão bem bilhar como o papá porque cem carambolas seguidas não são para todos. E o ping-pong onde cortava as bolas com o seu lado canhoto? E quando se metia a nadar na Figueira da Foz e ia até às traineiras? Para mim mais de 50 metros fora de pé era uma aventura. Foi um filho exemplar, um menino muito paciente a posar horas para uma foto de arco na mão e a memória que tinha sobre o desporto? Sabia tudo, em especial de atletismo, ciclismo e futebol. Dizem que eu sou uma enciclopédia porque não o conheceram, querido papá. Também herdei a sua simpatia, moderada e educada, pelo Sporting”, continuou.
Júlio Isidro disse ainda que o pai, José Sesinando, “teve a sorte de casar com a mamã que deitava mão às dificuldades, às vezes tantas, para o deixar ler e escrever”. “Poderia ter afinado mais pianos e ter escrito mais artigos para jornais para ajudar ao orçamento? Creio que sim, mas confiava tanto na mamã a quem chamava ‘a minha brites d'Almeida’ a padeira de Aljubarrota”, acrescentou.
Antes de terminar, o apresentador frisou que não pensa no progenitor apenas no dia do pai, mas sim em “muitos mais dias”. “Talvez porque se aproxima a hora do reencontro. Obrigado pela sua riquíssima herança bem diferente de outras que tantos filhos disputam ainda com os pais de coração a bater. Cá em casa não, graças a Deus. Elas sabem que estão a receber a herança comigo presente. Obrigado meu querido papá”, rematou.