Saiu à noite? Mas não ia beber, Ok, talvez só um copo… Afinal bebeu cerveja, vinho, talvez uns shots e finalizou em grande com mais umas cervejas. E ao acordar na manhã, tarde ou noite seguinte pergunta-se: ‘será que é possível morrer devido a uma ressaca?’
James Siox, diretor do Departamento de Toxicologia, no Instituto Nacional de Medicina Integradora, nos Estados Unidos, responde à ‘eterna’ questão.
“Não. Não se pode morrer por causa de uma ressaca”. O especialista explica que os maiores perigos relacionados com o consumo de álcool ocorrem no momento durante o qual é ingerido e não no dia seguinte. Mas avisa, “É sim possível consumir uma quantidade tão grande de álcool que aquela substância pode tornar-se tóxica e fatal para o organismo”. Porém, se acorda na manhã seguinte sem ter sofrido uma intoxicação ou um envenenamento por álcool, então é porque provavelmente está ‘safo’.
Noutras palavras, assim que reganha a consciência, está possivelmente fora de perigo. Todavia, não está livre de experienciar outros sintomas, que apesar de não serem letais afetam o bom funcionamento do corpo humano.
O consumo em excesso de álcool aumenta a necessidade de urinar, porque afeta a hormona vasopressina, que regula essa necessidade. Quando faz muito xixi, o corpo perde sal, potássio e urinar em excesso interfere ainda na saúde do coração e dos rins.
No caso de vomitar, então está a intensificar os sintomas anteriormente referidos. O que provoca ainda mais desidratação, que pode sim nos casos mais graves matar.
Para além do desconforto físico, a ressaca contribui para o surgimento da sensação de ansiedade e da depressão.
“Depende de pessoa para pessoa, mas se está predisposto a estados depressivos, uma ressaca pode intensificar ainda mais esse estado psicológico”, alerta Siox.
Tal acontece porque o álcool é um depressivo natural, e assim que os efeitos sedativos da bebida começam a desvanecer, o corpo metaboliza o álcool em etanal ou acetaldeído.
Substância essa que destrói a tiamina presente no corpo – a falta deste componente no organismo é o motivo pelo qual se sente tão doente. E interfere ainda com os níveis de dopamina, um neurotransmissor cerebral responsável pelas emoções, que quando são baixos contribuem para uma maior sensação de stress e de depressão.
E se está a pensar para consigo ‘uma vez não são vezes’ - é melhor que tal seja de facto verdade. Ingerir grandes quantidades de álcool, durante longos períodos de tempo, prejudica o coração, provoca pressão arterial elevada e aumenta o risco de enfarte.
Por isso se está a ler este artigo e a sofrer com uma enorme ressaca, as boas notícias são que não vai morrer, mas as más notícias são também que não vai morrer (e vai ter que aguentar!).