Há cada vez mais jovens que tentam o suicídio, diz novo estudo
O número de crianças e de adolescentes hospitalizados por tentarem ou apenas idealizarem o suicídio duplicou em menos de uma década, de acordo com um novo estudo norte-americano, publicado ontem no periódico Pediatrics.
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Em 2008, 0,66% de todas as hospitalizações de crianças e jovens deveram-se a tentativas de suicídio ou a pensamentos suicidas, também denominados de ideações suicidas. Já em 2015, e segundo o novo estudo, esse número aumentou para 1,82%. Note-se que esses valores aumentaram em todas as faixas etárias e demografias.
Todavia, o maior aumento registou-se nos adolescentes entre os 12 e os 17 anos. Este acrescento também foi mais aparente nas raparigas, segundo aquela pesquisa. Surpreendentemente, os investigadores observaram ainda mais tentativas de suicídio ou ideação durante o ano escolar. Contrariamente aos adultos, entre os quais as taxas de suicídio tendem a aumentar durante a primavera e o verão.
De acordo com o mesmo estudo, ocorreram mais de 115,800 tentativas de suicídio ou ideações, durante os sete anos que a pesquisa esteve ativa.
Todavia, ainda não foi de todo determinado o motivo pelo qual as taxas de suicídio estão a escalar desmesuradamente entre a juventude. Mesmo assim, os cientistas e estudiosos creem que o fenómeno poderá estar diretamente relacionado com o aumento da depressão e dos índices de solidão entre os mais novos, ou pelo facto de só agora os pediatras estarem a reencaminhar mais crianças afetadas por problemas mentais para os respetivos especialistas ou hospitais (o que não acontecia antigamente).
Para o médico Gregory Plemmons, líder do estudo e professor de pediatria clínica na Universidade de Vanderbilt, a prevalência das redes sociais pode ser igualmente um fator determinante para este flagelo.
“Não tenho uma resposta mágica que explique aquilo a que estamos a assistir”, disse Plemmons em declarações à estação televisiva NBC News. “Sabemos que a ansiedade e a depressão estão a aumentar entre os jovens e os adultos. Penso que a sociedade tecnológica e as redes sociais possam estar a influenciar estes comportamentos, já que as pessoas se sentem menos conectadas, mais desligadas e têm uma maior dificuldade em estabelecer propósitos e objetivos reais que deem sentido às suas vidas”, concluiu.
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