Níveis elevados de testosterona são comummente associados a uma personalidade mais agressiva, mas um estudo inédito sugere que aquela hormona poderá também afetar a religiosidade dos indivíduos. Foi esta a conclusão de uma equipa de cientistas da instituição de ensino superior canadiana.
Naquele estudo, os investigadores analisaram os dados de mais de mil homens, de idades compreendidas entre os 57 e os 85 anos, incluindo a altura e peso, saliva e testes ao sangue.
Os participantes completaram ainda questionários sobre o quão frequentemente ou não participavam em serviços religiosos e se tinham algum membro clerical na sua rede social.
A análise revelou que os homens com níveis mais elevados das hormonas sexuais testosterona e dehidroepiandrosterona (DHEA) no corpo mostravam também ter, em média, menos laços religiosos.
O médico Aniruddha Das, que conduziu o estudo, disse: “A religião tem a capacidade de influenciar uma variedade de padrões culturais e políticos na população. Os resultados apurados nesta pesquisa indicam que a sua presença na vida dos indivíduos poderá também dever-se a uma tendência hormonal”.
“Existe assim uma necessidade de modelos conceptuais que sejam capazes de acomodar a interação dinâmica de fatores psicosociais e neuroendócrinos na configuração do ciclo da vida humano”, acrescentou.
Os investigadores sugerem ainda que serão necessários estudos subsequentes para melhor se entender o modo como as hormonas podem definir as crenças religiosas.
Das alerta: “Sem uma exploração sistemática destas conexões, a teoria do curso da vida permanece incompleta e potencialmente imprecisa. Serão necessárias mais pesquisas sobre os os níveis de androgénios e acerca do papel das hormonas na estruturação das trajetórias de vida das pessoas mais velhas”.