Excesso de peso é um dos problemas de saúde que atualmente mais afetam a população a nível mundial. Os principais causadores somos nós próprios, ao levar uma vida sedentária em que a atividade física é pouco frequente, ou nula, e a alimentação, pouco cuidada.
Só em Portugal, o excesso de peso afetou em 2017 28,5% da população infantil do país (entre os 2 e os 10 anos), das quais 12,7% foram diagnosticadas como obesas. Quanto à população nacional adulta, os dados são bem mais alarmantes, contabilizando 60% dos portugueses no ano passado, segundo um estudo feito pelo Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto.
Ainda que sejam tomadas medidas para alterar esta realidade, que é hoje uma doença mortal, entre os inúmeros mitos que se criam em torno da questão da alimentação e da saúde houve um que chamou a atenção do European Heart Journal, que já apresentou um estudo que o refuta.
A errada ideia anunciada defendia que, em certos casos, o excesso de peso não se relaciona com consequências para a saúde – tais indivíduos eram denominados como ‘obesos metabolicamente saudáveis’.
Pelo contrário, os especialistas do Imperial College London e da Universidade de Cambridge, autores do estudo agora publicado no European Heart Journal, esclarecem que mesmo que os indivíduos pareçam saudáveis, se contam com excesso de peso ou obesidade não estão livres do risco cardiovascular bastante mais elevado que no caso de quem apresenta um peso saudável.
No caso dos indivíduos que pareçam estar livres de tais consequências, como diabetes ou problemas cardiovasculares, apenas ainda não desenvolveram o perfil metabólico não saudável, mas contam com o mesmo risco que os demais.
Tais conclusões e esclarecimentos basearam-se nas informações agregadas pelo projeto ‘European Prospective Investigation on Cancer and Nutricion’, de onde se comparou os dados de 10.000 indivíduos com peso normal, excesso de peso e obesidade, entre os quais os alegados obesos metabolicamente saudáveis.
Embora para alguns o estudo pareça não trazer nada de novo, os seus autores esperam que o esforço seja mais uma forma de garantir que a devida atenção é dada a este problema, que não se deve associar a falsos mitos de que há casos em que o excesso de peso não afeta a saúde.