Coloca 10 alarmes para despertar, levanta-se de mau humor diariamente, prefere passar todo o seu tempo livre na cama do que a fazer qualquer outra coisa? Se o que foi descrito lhe é extremamente familiar e se considera que estar na cama é a atividade que lhe proporciona inegavelmente mais prazer e segurança, então talvez esta predileção seja mais problemática do que alguma vez possa ter considerado.
As pessoas que sofrem deste distúrbio não sentem preguiça, mas sim uma vontade imensa de permanecer na posição horizontal, deixando de lado todos os afazeres para permanecerem simplesmente deitadas. Ou seja, sofrem de um distúrbio real e preocupante.
Quem é diagnosticado com clinomanía tende a experienciar padrões de sono invertidos, dorme constantemente durante o período da tarde e fica acordado à noite, o que normalmente prejudica a sua vida social, familiar e laboral.
O clinomaníaco não permanece na cama por estar triste ou por estar a padecer de alguma dor, mas porque gosta do ambiente confortável e do aconchego que lhe proporciona. Nos dias chuvosos e nublados, por exemplo, esse sentimento é ainda maior, mas não está relacionado com sinais ou sintomas clínicos e patológicos.
Surpreendentemente, este distúrbio afeta mais as mulheres, especialmente na faixa dos 20 aos 40 anos, embora também possa ocorrer noutras idades e também em homens. A maior incidência nas mulheres adultas tende a ser explicada pelos profissionais médicos em função das mudanças hormonais que sucedem nesse período.
Adicionalmente, a terceira idade é outro grupo bastante propenso à incidência deste transtorno, já que a população mais idosa tende a deitar-se mais durante o dia, em função das poucas ocupações a que está sujeita, o que por si favorece o desenvolvimento da clinomanía.
Esta patologia é comummente confundida com outros transtornos como a depressão, o síndrome de fadiga crónica ou com outros distúrbios do sono, como a apneia – tornando assim o seu diagnóstico extremamente difícil.
Apesar da comunidade médica estar cada vez mais alerta para a ocorrência deste transtorno, o facto é que ainda não existe uma cura. Os tratamentos atuais incluem sessões de psicoterapia e de fisioterapia. Recomendando-se ainda a prática diária de exercício físico e a adoção de uma alimentação saudável, de forma a melhorar a qualidade de vida dos clinomaníacos.