Dia Mundial da Luta contra a Malária. O que se sabe sobre esta doença?

Esta sexta-feira, 25 de abril, assinala-se o Dia Mundial da Luta contra a Malária. Por essa razão, o Lifestyle ao Minuto reuniu algumas informações que podem ajudar a entender melhor esta doença.

De acordo com o site do Serviço Nacional de Saúde (SNS), "a malária, também conhecida como paludismo, é uma doença parasitária do sangue, provocada por um protozoário do género plasmodium. Este parasita é transmitido através da picada de um mosquito (do género Anopheles)".

Trata-se de uma doença endémica em vários países tropicais, sendo potencialmente fatal se não for tratada atempadamente. Em Portugal, a malária está erradicada desde 1973, tendo ocorrido, em 1959, o último caso de transmissão confirmada.

Tal como se pode ler no site Mayo Clinic, "embora a doença seja incomum em climas temperados, a malária ainda é comum em países tropicais e subtropicais. A cada ano, quase 290 milhões de pessoas são infetadas com malária e mais de 400.000 morrem da doença".

Como se transmite?

A malária transmite-se quando um mosquito se infecta após picar uma pessoa infetada, e o mosquito infetado pica uma pessoa não infetada. Os parasitas da malária entram na corrente sanguínea da pessoa e viajam para o fígado. Quando os parasitas amadurecem, eles deixam o fígado e infetam os glóbulos vermelhos - é nesse momento que as pessoas geralmente desenvolvem os sintomas da malária.

Como os parasitas que causam a malária afetam os glóbulos vermelhos, as pessoas também podem contrair malária pela exposição ao sangue infetado, incluindo:

Da mãe para o bebé, durante a gravidez;
Através de transfusões de sangue;
Partilha de agulhas usadas para injeção de drogas.

Quais são os principais sintomas?

Febre;
Calafrios;
Sensação geral de desconforto;
Dor de cabeça;
Náuseas e vómitos;
Diarreia;
Dor abdominal;
Dor muscular ou articular;
Fadiga;
Respiração acelerada;
Frequência cardíaca acelerada;
Tosse.

Algumas pessoas com malária também apresentam ciclos de 'ataques' de malária. Um ataque geralmente começa com tremores e calafrios, seguidos de febre alta, suor e retorno à temperatura normal.

Os sinais e sintomas da malária aparecem, normalmente, algumas semanas após a picada de um mosquito infetado. No entanto, alguns tipos de parasitas da malária podem permanecer latentes no corpo durante um ano.

Quais são os sintomas de doença grave?

A malária pode ser fatal, principalmente quando causada por espécies de plasmódio comuns da África. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 94% de todas as mortes por malária ocorrem em África - mais comumente em crianças com menos de cinco anos.

As mortes por malária geralmente estão relacionadas a complicações graves, tais como:

Malária cerebral. Se células sanguíneas repletas de parasitas bloquearem pequenos vasos sanguíneos do cérebro, pode ocorrer inchaço ou danos cerebrais. A malária cerebral pode causar convulsões e coma;
Problemas respiratórios. A acumulação de líquido nos pulmões (edema pulmonar) pode dificultar a respiração;
Falência de órgãos. A malária pode danificar os rins ou o fígado ou causar a ruptura do baço. Qualquer uma dessas condições pode ser fatal;
Anemia. A malária pode resultar na ausência de glóbulos vermelhos suficientes para o fornecimento adequado de oxigênio aos tecidos do corpo;
Baixo nível de açúcar no sangue. Formas graves de malária podem causar baixo nível de açúcar no sangue (hipoglicemia), assim como a quinina - um medicamento comum usado para combater a malária. Níveis muito baixos de açúcar no sangue podem resultar em coma ou morte.

Como se previne?

Se mora ou vai viajar para um país onde a malária é comum, tome medidas para evitar picadas de mosquitos, que são mais ativos entre o anoitecer e o amanhecer. Para se proteger das picadas de mosquito, deve:

Cobrir a pele. Use calças e camisolas de manga comprida. Coloque a camisola para dentro das calças e estas para dentro das meias;
Aplique repelente de insetos na pele. Use um repelente de insetos registado pela Agência de Proteção Ambiental (EPA) em qualquer parte da pele exposta;
Aplique repelente na roupa. Sprays que contenham permetrina podem ser aplicados com segurança na roupa;
Durma debaixo de uma rede mosquiteira. Estas redes, principalmente aquelas tratadas com inseticidas, ajudam a prevenir as picadas dos mosquitos enquanto dorme.

A malária tem cura?

Apesar de potencialmente muito grave, a malária é uma doença curável. O diagnóstico deve ser o mais precoce possível. Se tiver febre e estadia recente num país endémico de malária deverá procurar cuidados médicos com urgência, referindo a viagem recente.

A malária não confere imunidade para a vida, sendo possível contrair esta doença várias vezes ao longo da vida.

A OMS recomendou uma vacina contra a malária para as crianças que vivem em países com altos números de casos. Porém, alguns investigadores continuam a desenvolver e a estudar vacinas contra a malária para prevenir a infeção.