Trabalhar muitas horas pode aumentar o risco de aparecimento desta doença

Trabalhar horas em demasia pode ter um impacto detrimental na saúde humana – aumentando nomeadamente os níveis de stress e de ocorrência de doenças crónicas. E agora um novo estudo sugere que trabalhar em excesso pode também estar a aumentar o risco de desenvolvimento de diabetes de tipo 2.

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Liliana Lopes Monteiro
03/07/2018 20:00 ‧ 03/07/2018 por Liliana Lopes Monteiro

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As conclusões são de uma pesquisa conduzida pela epidemiologista Mahee Gilbert-Quimet, docente no Institute for Work and Health, em Toronto, no Canadá, juntamente com uma equipa de investigadores, que analisaram os dados de mais de sete mil trabalhadores, seguidos por um período de 12 anos, de modo a melhor entenderem se a prolongação das horas de trabalho pode ou não afetar o risco de desenvolvimento de diabetes.

Naquele estudo, publicado no periódico BMJ Diabetes Research & Care, os investigadores concluíram que as mulheres que trabalham mais de 45 horas por semana apresentam um maior risco, de 51%, de virem a padecer de diabetes, comparativamente às que trabalham entre 35 a 40 horas. Essas inferências foram constatadas após os cientistas terem tido em conta outros fatores, como o nível de atividade física, o IMC, a idade ou genética.

Todavia, e surpreendentemente, a mesma tendência não foi detetada nos homens envolvidos na pesquisa. Aliás, paradoxalmente os homens que trabalhavam mais horas pareciam apresentar uma menor probabilidade de desenvolverem diabetes, relativamente aos que trabalhavam durante menos tempo.

“Sabemos que as mulheres tendem a assumir muitas das tarefas domésticas e responsabilidades familiares, para além das tarefas laborais, o que poderá estar a contribuir para esta diferença entre géneros”, disse Gilbert-Quimet.

Um outro potencial motivo para esta disparidade poderá ter a ver com o tipo de trabalho normalmente realizado pela população masculina. No estudo, cerca de um terço dos homens que trabalhavam horas prolongadas afirmaram que passavam esse tempo sentados, de pé e a caminhar, comparativamente a apenas 8% das mulheres (as restantes passavam esse período maioritariamente sentadas). Os investigadores acreditam que um nível maior de atividade física dos homens poderá ajudar a explicar, em parte, o risco menor deste grupo de desenvolver diabetes.

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