"A nível geral, é um ano bom para Portugal e Espanha. Há novidades importantes em ambos os países", comentou o responsável de comunicação do Guia Michelin Espanha e Portugal, Ángel Pardo, a propósito da edição de 2019.
O guia do próximo ano será apresentado em Lisboa, pela primeira vez, na 10.ª gala de apresentação organizada pela Michelin, e em que são revelados os restaurantes que conquistam, mantêm ou perdem estrelas do chamado 'guia vermelho', equiparado aos 'Óscares da gastronomia'.
Na edição atual, Portugal tem 18 restaurantes com uma estrela ('cozinha de grande finura, compensa parar') e cinco com duas estrelas ('cozinha excecional, vale a pena o desvio'), mas não tem ainda nenhum estabelecimento com a distinção máxima, de três estrelas ('cozinha única, justifica a viagem').
Espanha conquistou, em 2018, as três estrelas para mais dois restaurantes, reunindo assim 11 estabelecimentos com o galardão máximo. Tem ainda 159 estabelecimentos com uma estrela e 25 com duas.
A equipa do guia ibérico é composta por cerca de uma dúzia de inspetores -- anónimos -, de ambas as nacionalidades.
No entanto, ressalvou Ángel Pardo, há cada vez mais colaborações de inspetores de outros países europeus.
Desde logo, esta equipa é também a responsável pela elaboração dos guias de São Paulo e Rio de Janeiro, pelo que, durante os períodos de trabalho no Brasil, são substituídos por inspetores de países europeus.
"Este ano, tanto em Espanha como em Portugal, houve inspetores de outros países, como ingleses, italianos, belgas, franceses", comentou o representante da empresa.
Ángel Pardo aponta as vantagens desta "colaboração muito intensa entre todos os inspetores da Europa", uma realidade que afirma ser crescente: "A gastronomia é cada vez mais global, com influências de muitos países e de muitas tendências, e por isso é sempre interessante que haja um intercâmbio entre os inspetores e que conheçam cozinhas de outros países", comentou.
"É muito positivo, porque garante um ritmo de visitas importante, que assegura uma decisão correta, e também porque há pontos de vista diferentes que, no final, são enriquecedores", disse, ressalvando que a decisão final cabe à equipa de inspetores do guia ibérico, que toma a decisão de forma colegial.
As escolhas estão fechadas desde final de setembro, altura em que os guias foram para impressão.
O anúncio será feito em Lisboa na próxima quarta-feira à noite, numa cerimónia perante cerca de 500 convidados, incluindo todos os 'chefs' com três e duas estrelas Michelin em Espanha e Portugal e "um grande número de cozinheiros de outras categorias", além de representantes institucionais, empresários e mais de cem jornalistas, divulgou a organização.
Esta é a 10.ª gala de apresentação do Guia Michelin ibérico, lançado em 1910, e a primeira vez que se realiza em Portugal, depois de todas as cerimónias anteriores se terem realizado em diferentes cidades espanholas, resultando de uma candidatura conjunta do Turismo de Portugal, a Câmara de Lisboa e a Associação de Turismo de Lisboa.
Após o anúncio, será servido um jantar por sete 'chefs' da região de Lisboa: José Avillez (Belcanto, o único com duas estrelas na capital portuguesa), e Henrique Sá Pessoa (Alma), Joachim Koerper (Eleven), João Rodrigues (Feitoria), Miguel Rocha Vieira (Fortaleza do Guincho), Sergi Arola (LAB) e Alexandre Silva (Loco), todos com uma estrela.
Cada 'chef' apresentará três pratos e uma sobremesa, "representativos da sua cozinha", segundo a Michelin.