Um cientista alimentar de topo e um médico e porta-voz do serviço Nacional de Saúde britânico (NHS) juntaram forças para alertar a opinião pública acerca dos riscos associados ao consumo de produtos de charcutaria, como o bacon.
Num comunicado conjunto endereçado ao governo britânico, os dois médicos alertaram que há atualmente “um consenso crescente entre os cientistas” de que os nitritos presentes nas carnes processadas resultam na produção de químicos letais responsáveis pelo aparecimento de cancro no intestino.
Já em 2015, um relatório divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) classificava as carnes processadas como um carcinogénico de grupo um, que poderá estar a causar por ano 34 mil casos adicionais de mortes relativas a doenças cancerígenas em todo o mundo.
Uma nova análise sugere que tal poderá equivaler em média ao surgimento anual de seis mil casos de cancro no intestino nos países desenvolvidos.
“Há um consenso na opinião científica de que os nitritos presentes nos produtos de charcutaria resultam na produção de nitrosaminas cancerígenos – o que por sua vez aumenta o risco de aparecimento de cancro nos indivíduos que ingerem regularmente bacon e fiambre”, disseram.
“Por estes motivos, estamos preocupados que não esteja a ser feito o suficiente para aumentar a consciencialização dos nitritos nas carnes processadas e os riscos que estes representam, registando-se um contraste notório relativamente à sensibilização do público para os perigos do açúcar e dos alimentos gordurosos e a sua associação ao cancro”, alertaram os cientistas.