Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2016, a média da expectativa de vida ao nascer da população mundial era de 74 anos para as mulheres e de 69 anos para homens.
Mas afinal, porque existe essa diferença?
Há três principais razões, segundo a ciência e divulgadas pela BBC News:
1. Genética
Uma das principais hipóteses para essa diferença é a questão genética.
"Os embriões masculinos morrem a um ritmo maior que os embriões femininos", explica o professor David Gems, do University College London, no Reino Unido.
Tal é o resultado do papel que desempenham os cromossomas que determinam o sexo. As mulheres têm cromossomas XX e os homens têm cromossomas XY.
Os cromossomas X contêm muitos genes que ajudam a prolongar a vida.
"Se tem um defeito genético no cromossoma X e é uma mulher, tem uma 'cópia de segurança'. Mas se é um homem, não tem essa cópia", explica o geneticista David Gems ao programa Crowd Science, da BBC.
2. Hormonas
Durante a adolescência, as crianças passam pela puberdade (o amadurecimento sexual) por causa das mudanças na produção de hormonas.
O estrogénio, a hormona sexual feminina, atua como ‘antioxidante’ no corpo, impedindo o envelhecimento das células.
Em experiências realizadas em animais, as fêmeas com falta de estrogénio tendem a não viver tanto quanto as que mantêm os níveis da hormona sexual feminina.
O estrogénio também facilita a eliminação do colesterol mau, e portanto pode oferecer uma certa proteção contra o desenvolvimento de doenças do coração.
Nos homens, é maior a produção de testosterona, que faz com que o corpo seja maior - e é responsável por características como a voz mais grave e o corpo mais peludo.
A taxa de mortalidade dos homens aumenta muito nos últimos anos da adolescência, quando se elevam seus níveis de testosterona.
Segundo alguns especialistas, isso pode ser resultado do estímulo da hormona para comportamentos mais arriscados e violentos. Mas, quando se fala de seres humanos, também há um fator cultural e comportamental envolvido.
3. Ocupação e comportamento
O incentivo cultural para que homens se comportem de maneira mais violenta e arriscada do que as mulheres também tem um peso na expectativa de vida menor, segundo os especialistas.
Outros fatores culturais influenciam: as mulheres entre 16 e 60 anos vão ao médico mais frequentemente do que os homens da mesma idade em diversos países.
Além disso, conjunturas regionais afetam muito esses índices.
Em lugares com conflitos armados, a esperança de vida masculina diminui exponencialmente.
E em regiões onde a atenção médica é inadequada, muitas mulheres morrem durante o parto.
Fatores como fumar, beber e consumir uma dieta desajustada também explicam a diferença em alguns países.
Mas viver mais tempo também tem consequências.
As mulheres vivem mais tempo, mas também sofrem de mais doenças, particularmente nos últimos anos de vida.
De acordo com um artigo publicado na revista biomédica Cell Press pelos investigadores Steven Austad e Kathleen Fischer, da Universidade do Alabama, nos Estados Unidos, "nas sociedades ocidentais as mulheres vão mais ao médico, tomam mais remédios, mas também perdem mais dias de trabalho por motivos de saúde e passam mais dias no hospital, comparativamente aos homens."
No Bangladesh, China, Egito, Guatemala, Índia, Indonésia, Jamaica, Malásia, México, Filipinas, Tailândia e Tunísia, as mulheres também têm mais limitações físicas que os homens nos seus últimos anos de vida.
No entanto, estudos recentes indicam que a diferença na expectativa de vida entre os sexos deve diminuir num futuro próximo.