Esses medicamentos já foram associados a sintomas de confusão, problemas de memória e a quedas nos idosos.
E agora um estudo da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, revela que indivíduos com mais de 65 anos e que tomam doses elevadas dessas drogas pelo menos durante três anos apresentam uma probabilidade 50% maior de desenvolverem demência.
A sublinhar, que esta associação entre os anticolinérgicos e o aparecimento de doenças degenerativas da mente já havia sido detetada pela Ordem dos Farmacêuticos em Portugal.
Risco de 50%
A líder do estudo, a professora Carol Coupland, afirmou em declarações ao jornal britânico The Independent que os indivíduos de meia idade e com mais anos devem considerar optar por fármacos alternativos sempre que possível.
Acrescentando: “O nosso estudo traz consigo novas provas dos potenciais riscos associados à toma de drogas anticolinérgicas fortes, particularmente anti-depressivos, fármacos antimuscarínicos para a bexiga, drogas para o tratamento de Parkinson e para a epilepsia".
Um em cada 10 casos de demência são causados por medicação
O estudo publicado no periódico científico JAMA Internal Medicine, analisou os dados médicos de 59 mil pacientes diagnosticados com demência e de 226 mil que não padeciam da condição.
A análise estimou que os medicamentos anticolinérgicos são responsáveis por um em cada dez casos da doença – ou seja por cerca de 20 mil casos por ano apenas no Reino Unido.
Somente ultrapassado pelo consumo de tabaco (fator de risco modificável) relativamente ao risco de desenvolvimento de demência.
As drogas anticolinérgicas ajudam a contrair e a relaxar os músculos. Funcionam ao bloquear um químico de nome acetilcolina, que transmite mensagens e informação para o sistema nervoso.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que milhões de pessoas em todo o mundo tomem a dado momento das suas vidas esse tipo de fármacos.