Em declarações à Lusa, Teresa Monjardino, primeira autora do estudo, explicou hoje que a investigação teve como objetivo "perceber se durante o período inicial de vida havia algum momento do crescimento que fosse mais sensível para a qualidade óssea" das crianças.
O estudo recorreu por isso a dados de cerca de 1900 crianças da coorte Geração XXI (um estudo longitudinal que segue 8600 crianças da Área Metropolitana do Porto) e avaliou o seu crescimento entre o 1.º e 6.º ano de vida e a qualidade dos seus ossos aos 7 anos de idade.
Além de dados presentes no Boletim de Saúde Infantil sobre o peso, comprimento e altura destas crianças, os investigadores realizaram ainda um exame de absorciometria de raio-X de dupla energia (DXA) quando estas tinham 7 anos para "apreciar a qualidade dos seus ossos".
"Traçamos uma trajetória de crescimento, identificamos as idades mais importantes e concluímos que eram os 12 meses e 3 anos", disse Teresa Monjardino, adiantando que "geralmente, as crianças que crescem mais, em peso e altura, em qualquer uma destas fases, têm melhores propriedades ósseas".
Segundo a investigadora, a "alteração da gravidade" poderá ser, além da alimentação (fator que não foi considerado neste estudo), uma das razões que justifica a importância deste período para a qualidade óssea, na medida em que as crianças começam a aprender a caminhar e a estar em pé.
"Quando há esta alteração da gravidade, as crianças crescem também mais em peso e tamanho, o que faz com que tenham melhores propriedades ósseas", afirmou.
À Lusa, Teresa Monjardino adiantou que com os resultados obtidos com esta investigação, publicada a 03 de julho na revista 'Bone', é fundamental que os pais estejam "atentos", assim como os médicos que acompanham as crianças.
"É importante fazer-se a monitorização do crescimento e perceber se pode haver qualquer alteração ao crescimento que possa ter, entre outras consequências, implicações no osso", concluiu.