Para quem segue uma dieta vegetariana, ter em atenção os rótulos e composições químicas dos alimentos é algo fundamental. O problema é quando os rótulos não são assim tão claros, ou quando os produtores incluem algum ingrediente ‘secreto’ de origem animal.
Não seja enganado por alimentos supostamente vegetarianos ou vegan, mas que contêm componentes de origem animal, eis uma lista com alimentos potencialmente ‘perigosos’:
Maçãs
Sabe aquelas maçãs lindas e cheias de brilho que compra no supermercado? Já lhe pareceu que parecem enceradas? Pois, não é impressão sua. As maçãs produzem uma cera natural que retém a humidade da fruta. Depois de serem colhidas, são lavadas, e essa lavagem também remove a cera natural. Então, a fruta é coberta com uma outra cera, que pode ser feita à base de carnaúba, candelilha ou de goma-laca. Esta última é um subproduto de uma resina fabricada por um besouroque vive na região da Índia e da Tailândia. Quem não come mel de abelha também não vai querer comer uma resina produzida por um besouro, certo? Infelizmente, os distribuidores de maçãs não costumam ser específicos sobre o tipo de cera utilizado (muitas vezes, aliás, nem sabem qual cera o produtor usou). A melhor forma de se precaver, nesse caso, é comprar as maçãs diretamente de um produtor local, que vai poder consumir antes de ser encerado.
Batatas fritas
Para ficarem macias por dentro e crocantes por fora, as batatas fritas – aquelas que são compradas congeladas no supermercado – passam por um complexo processo que envolve alguns químicos. Uma dessas substâncias pode ser gordura bovina. Antes de serem congeladas, as batatas são pré-fritas, algumas vezes, em banha. Para ter certeza de que as batatas que consome são 100% ‘vegan friendly’, compre-as ‘in natura’.
Açúcar branco
O processo de refinação do açúcar de cana inclui a passagem do produto por um tipo de carvão que pode ser feito de ossos. Se, por um lado, não permanece traço algum do tal carvão no açúcar em si, o facto é que o processo não é de todo ‘veggie friendly’. Ou seja, é algo que deveria ser evitado por vegetarianos e veganos. Como alternativa, há o açúcar de beterraba e também o mascavado, que não passam por esse processo de refinação.
Alimentos vermelhos
Gelatinas, pastilhas e até aquele delicioso bolo red velvet podem conter traços de animal. Isso porque o corante de alimentos E120, também conhecido como carmim, ácido carmínico ou vermelho natural #4, é extraído do exoesqueleto da fémea da cochonilha, um inseto. Esse corante, por não ser tóxico, também é usado em batons, vestuário e até em cápsulas de medicamentos. Se uma embalagem trouxer a mensagem de que o produto é feito com ‘corantes naturais’, desconfie que é produzido a partir das fémeas de besouros, já que os demais corantes vermelhos são feitos sinteticamente.
Bebidas alcoólicas
O processo de filtragem da cerveja pode ser feito com produtos que derivam das bexigas natatórias dos peixes, dos caranguejos ou com gelatina (derivada de tutano de boi). Esses produtos coletam as leveduras e clareiam a cerveja para que esta não fique meio leitosa. Normalmente, esses produtos não ficam na bebida, mas é o mesmo caso do açúcar, que tem um processo não vegano ou vegetariano.
Outra bebida que pode conter traços de animais é o vinho, pois os mesmos produtos citados anteriormente podem ser usados para remover os taninos. A boa notícia para os amantes do vinho é que, agora, a maioria dessas bebidas já não é produzida com esses derivados de animais.