Para muitos a altura importa - tanto para os homens como para as mulheres.
Ao mesmo tempo, a estatura é um dado biológico simples sobre o qual praticamente não temos controle nem podemos mudar. Mas, afinal trata-se de algo que pode influenciar o nosso destino de maneiras inimagináveis - sobretudo quando o assunto é saúde.
A BBC News divulgou três problemas de saúde que podem afetar as pessoas mais altas (e uma vantagem):
1. Coágulos
O tromboembolismo venoso é uma das principais causas de morte por ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral. A condição ocorre quando se formam coágulos nas veias, principalmente nas dos membros inferiores, podendo chegar ao pulmão e causar embolia ou até mesmo impedir a correta circulação sanguínea.
Um estudo sueco procurou entender se existe uma relação entre o problema com a estatura. Os cientistas analisaram mais de dois milhões de pessoas e apuraram que quem tem menos de 1,60 m de altura possui 65% menos probabilidade de desenvolver o tromboembolismo venoso, comparativamente a quem tem mais de 1,88 m.
Existem dois motivos que podem influenciar esses resultados: o facto de que pessoas mais altas possuem veias mais compridas, ou seja, têm mais áreas possíveis para a formação de coágulos. Outro motivo tem a ver com a gravidade, já que o aumento da pressão nessa área das pernas pode acarretar um fluxo sanguíneo mais lento.
2. Cancro
Segundo um estudo publicado na Lancet Diabetes & Endocrinology, a cada 7,5 cm de altura a mais de uma pessoa, o risco desta morrer de cancro aumenta em 4%. Pensa-se que tal se deva sobretudo à alimentação, já que um corpo maior exige mais alimento, e uma dieta pouco saudável pode aumentar o risco de mutações nas células que geram tumores.
Outra possibilidade tem a ver com o próprio tamanho dos órgãos dos indivíduos altos: por serem maiores do que o resto da população, possuem igualmente mais células e consequentemente mais chances de crescerem desordenadamente. Nos homens altos, o risco maior é de cancro da próstata, enquanto que as mulheres são mais vulneráveis a tumores na mama, na pele e nos ovários.
3. Fibrilação atrial
Um estudo publicado em abril mostrou que as mulheres mais altas apresentam um risco três vezes mais elevado de sofrerem de fibrilação – um dos tipos mais comuns de arritmia cardíaca.
Apesar de se tratar de uma condição grave, o estudo não apontou para uma possível maior mortalidade das mulheres. Acredita-se que o tamanho de todo o corpo, inclusive da cavidade torácica, influencie as batidas irregulares do coração, que por ser maior do que o normal sofre pressão de outros órgãos, como os pulmões.
Diabetes e doenças cardíacas contrariam a 'regra'
Não temos apenas más notícias. De acordo com uma pesquisa publicada na revista Lancet, as pessoas mais altas tendem a morrer menos de diabetes e de doenças relacionadas ao sistema cardiovascular. Isso acontece porque têm pulmões e corações maiores e mais fortes. Sem contar que a má nutrição já apontada pode fazer com que as hormonas preventivas sejam libertadas com maior intensidade, ajudando a equilibrar a quantidade de açúcar no sangue.