'Passar pelas brasas' por 20 minutos durante o dia previne enfartes

Estudo indica que até duas vezes por semana - não mais que 20 minutos -, dormir uma breve sesta tem um poderoso efeito anti-stress.

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Liliana Lopes Monteiro
12/09/2019 15:30 ‧ 12/09/2019 por Liliana Lopes Monteiro

Lifestyle

Dormir a sesta

O hábito - querido de tantos - pode ser benéfico para a saúde, é o que aponta um estudo publicado na revista Heart. O novo artigo afirma que 'passar pelas brasas' à tarde uma ou duas vezes por semana reduz o risco de problemas cardiovasculares, como doenças cardíacas e acidente vascular cerebral (AVC).

Para os investigadores, o sono ajuda a regular diversas funções no organismo e, portanto, dormitar é uma forma de compensar horas de sono noturno perdidas. No entanto, só foram encontrados benefícios para pessoas jovens que optaram pela sesta reparadora até duas vezes por semana.

“Embora as vias fisiológicas exatas que ligam a soneca diurna ao risco (de doença cardiovascular) não sejam claras, (esta pesquisa) contribui para o debate em andamento sobre suas as implicações para a saúde e sugere que pode não ser apenas a duração, mas também a frequência que importa”, comentou Kristine Yaffe, da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, num editoral que acompanhou o estudo. 

A nova pesquisa não revelou até quanto tempo a sesta pode ser benéfica para a saúde cardiovascular, mas especialistas indicam que 20 minutos é suficiente. Vale lembrar que estudos anteriores mostraram que sestas prolongadas e frequentes podem, na verdade, prejudicar a saúde cardíaca. Por isso é importante moderar o sono da tarde. 

O estudo

Para chegar a este resultado, os cientistas analisaram os hábitos de sono e estilo de vida de 3.500 adultos suíços entre 35 e 75 anos. Os participantes realizaram ainda exames médicos destinados a avaliar a saúde geral. A análise mostrou que mais da metade dos voluntários não tinha dormitado durante a semana que antecedeu o estudo. Entre os que dormiram, 667 costumavam fazê-lo uma ou duas vezes por semana, 411 de três a cinco vezes e 370 tiraram uma soneca de seis a sete vezes. 

Ao longo de cinco anos de acompanhamento, a equipa registou 155 casos de problemas cardíacos. Uma investigação mais aprofundada detetou que entre aqueles que dormiam a sesta entre uma a duas vezes por semana mostraram ter um menor risco de problemas cardiovasculares, comparativamente àqueles que não mantinham esse hábito. O resultado permaneceu semelhante após terem sido considerados fatores de riscos, como duração do sono noturno, dados demográficos (como faixa etária) e estilo de vida.

Não foi encontrada uma relação significativa entre sestas mais frequentes e menores riscos cardiovasculares. Participantes acima dos 65 anos também não pareceram beneficiar do descanso; os pesquisadores acreditam que isso seja justificado pelo facto de que pessoas mais velhas tendem a sofrer mais com problemas de saúde e dormitam por períodos mais longos do que os mais jovens.

 

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