O tamanho do órgão reprodutor masculino é um tema que sempre teve uma grande importância, já que o tamanho dos genitais está associado à virilidade masculina, a uma maior probabilidade de conseguir uma parceira, a um maior status social e até mesmo a posições de liderança em grupos masculinos. É compreensível que homens com pénis menores sejam desde cedo vítimas de bullying, se sintam profundamente inseguros e experienciem inclusive traumas sérios.
Recentemente a Internet e as redes sociais disseminaram a prática de comparação e competição dos jovens através da partilha e imagens de 'nudes'. Mais ainda, a facilidade de comunicação em grupos, intensificou a questão do bullying cibernético.
De acordo com o médico urologista Flávio Iizuka “a questão intensifica-se um pouco mais tarde, no momento em que iniciam a sua vida sexual, pois os adolescentes ou adultos jovens inexperientes podem ter uma autoimagem inadequada, em situações que o pénis tem um tamanho normal. Porém, podem evoluir para situações que acarretam sérios complexos de autodepreciação por autoimagem distorcida”. Para diminuir o risco de isso acontecer, é importante que os pais acompanhem o desenvolvimento do membro desde o nascimento do menino.
Mas, antes de começar a preocupar-se, é essencial ter em mente que o formato e o comprimento variam de pessoa para pessoa, e ao contrário do que se divulga de forma informal, o tamanho do membro não pode ser previsto por raça, altura, tamanho do pé ou da mão, ou outra característica externa. “As estatísticas mostram que a média do tamanho do pénis dos adultos europeus é de 13,5 cm, mas a medida em si diz pouco sobre o órgão, já que não garante mais eficácia na hora de proporcionar prazer durante uma relação sexual e com cerca de 10 centímetros quando está ereto, já consegue fazer o seu papel reprodutivo” explica o urologista.
Outro detalhe relevante é que pesquisas demonstraram que o falo pode desenvolver-se até aos 21 anos e que o maior salto no seu desenvolvimento acontece entre os 11 e 15 anos. Os primeiros sinais que o pénis vai passar do aspecto infantil para o adulto são o aparecimento de pelos genitais, barba e mudança na voz, assim como o 'salto' de crescimento, todos esses elementos ocorrem geralmente ao mesmo tempo.
Perante qualquer dúvida que surja quanto ao desenvolvimento genital adequado é indicado que o pediatra ou o uropediatra sejam consultados, pois é importante que o especialista faça os exames necessários e avalie se há alguma alteração relacionada ao desenvolvimento dessa parte do corpo que pode, sim, ser sinal de um problema e, se não for tratado na infância, trará consequências muito difíceis de correção na vida adulta.
Se o especialista notar que de facto o órgão sexual está com um tamanho abaixo da média esperada para a idade enquanto ainda é criança, pode ser possível um pequeno 'empurrão' na natureza, através de estimulação hormonal com creme local com ótimos resultados, quando bem indicado, e sempre com supervisão médica.
Outra situação muito mais comum é o pénis embutido, observado em crianças obesas e com excesso de gordura na região acima do púbis que acaba por esconder um pénis de tamanho normal, e que pode ser confundido com micropénis, pois se medir o tamanho do pénis que permanece fora da gordura normalmente este tem menos de dois centímetros de comprimento. Nesses casos o indicado é que o médico acompanhe o quadro de perto e que, se necessário, o pequeno seja orientando de modo a emagrecer, por nutricionistas ou especialistas.
Por fim, pode dar-se a ocorrência de má formação, sendo que as mais comuns são quando o pénis fica escondido pela pele da bolsa escrotal, ou seja a face inferior do órgão permanece colada a essa área ou implanta-se acima da base do falo. Normalmente, este problema exige uma solução cirúrgica.
Independentemente de existir ou não um atraso no desenvolvimento peniano ou um problema congénito, é muito importante salientar a necessidade de ter um diagnóstico exato e a correta orientação dos especialistas, para que os pais não deixem transparecer para o filho a sua ansiedade ou preocupação, e que o ensinem a lidar naturalmente com a evolução e a aparência dessa parte do corpo - sem que se torne um problema para ele na infância ou quando for mais velho.