Um estudo desenvolvido por uma equipa de cientistas da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos da América, e do Instituto de Desordens Cerebrais de Pequim, na China, concluiu que um medicamento utilizado para o tratamento da próstata pode também ajudar a desacelerar a progressão da doença de Parkinson, que se estima que afete cerca de 20 mil portugueses.
A descoberta, publicada no Journal of Clinical Investigation, dá conta de que a terazosina - substância conhecida por aliviar a hiperplasia prostática benigna (HBP), relaxando os músculos da bexiga e da próstata - é capaz de retardar ou até mesmo travar a destruição das células cerebrais danificadas pela doença de Parkinson, ao ativar uma enzima chamada PGK1.
"Actualmente, não existem tratamentos que alterem a progressão desta doença neurodegenerativa. Portanto, esta é uma área de investigação muito estimulante", afirmou Michael Welsh, responsável pela investigação, à BBC.
Após os resultados positivos nos testes a animais roedores, os investigadores avaliaram os efeitos desta substância em seres humanos, fazendo uma comparação entre os pacientes de Parkinson que tomam terazosina (ou medicamentos semelhantes que activem a enzima PGK1) e aqueles que seguem um tratamento onde a enzima PGK1 não é ativada. Desta análise, os cientistas concluíram que os pacientes que tomaram o medicamento que ativa a enzima PGK1 tiveram melhores resultados e um retardamento da progressão de Parkinson.
É importante ter em conta que estas são descobertas primárias e que os investigadores preveem novos estudos em ensaios clínicos, para assegurar a eficácia contra o Parkinson.