O especialista em metabolismo Alexis Fonseca Welker, professor de bioquímica, nutrição e fisiologia da Universidade de Brasília (UnB) falou à revista VEJA sobre a problemática da ingestão de hidratos de carbono. “Ao consumirmos um alimento com hidratos, o organismo queima menos gordura, uma vez que usa o carboidrato como ‘combustível’ para queimar. Ou seja, quanto mais carboidratos tem no corpo, mais o seu corpo utiliza esse mesmo carboidrato para gerar energia”, explica o professor.
“Quando a pessoa consome hidratos de carbono durante o dia e pratica atividade física, dessa forma vai acumular menos gordura. Enquanto que quem consome esses alimentos e é sedentário favorece uma maior acumulação de gordura. A conversão do carboidrato em glicose e posteriormente em gordura é chamada de lipogénese. Por isso algumas pessoas dizem que consumir hidratos à noite engorda, pois pouco tempo depois o corpo irá entrar em estado de repouso, e a taxa metabólica entra em queda".
É importante reter que o ganho de peso está relacionado ao baixo gasto energético e à elevada ingestão de calorias ao longo do dia, e não somente à ingestão calórica no período noturno.
Se pretende ter um peso saudável, a Organização Mundial de Saúde (OMS) aconselha a focar-se na alimentação como um todo, durante todo o dia. O consumo de hidratos é tão importante como o de legumes, verduras e proteínas. Prefira os alimentos ao natural ou minimamente processados, evite os ultraprocessados e utilize óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar.
"Dietas restritivas, principalmente as que proíbam a ingestão de hidratos, podem até parecer efetivas para a redução de peso a curto prazo, mas são prejudiciais para a saúde", alerta Welker. Consumir carboidratos, a principal fonte de energia para o organismo, é um componente de uma alimentação equilibrada e saudável. O que é preciso ter em mente, segundo o especialista, é que devemos fazer várias refeições ao dia, em menores porções.
Já a quantidade de carboidratos consumida varia de pessoa para pessoa. A necessidade diária desse nutriente será maior para um adulto que faz exercício físico regularmente, comparativamente a alguém mais sedentário.
