De acordo com um estudo divulgado no periódico científico Biological Psychiatry, e divulgado pela BBC, um modelo de testes oculares alcançou 98% de precisão em distinguir pessoas com e sem esquizofrenia.
A descoberta, dizem os investigadores, pode acelerar o diagnóstico da doença. Os autores do estudo, que pertencem à Universidade de Aberdeen, no Reino Unido, estão atualmente a investigar se exame pode servir para que, identificada a doença, o tratamento dos sintomas seja feito mais rapidamente.
O estudo foi liderado pelos professores Philip Benson e David St Clair, que explicam que pesquisas prévias já indicavam a relação entre esquizofrenia e alterações no movimento dos olhos.
A pesquisa da Universidade de Aberdeen usou diversos testes de olhar, nos quais era pedido que voluntários acompanhassem com os olhos objetos que se moviam lentamente; que observassem uma variedade de cenas do dia a dia; e que mantivessem um olhar fixo sobre um alvo parado.
"As pessoas com esquizofrenia apresentam défices já bem documentados na habilidade de acompanhar com os olhos objetos que se movimentam lentamente", explica Benson, num comunicado emitido pela universidade. "O seu movimento dos olhos tende a não acompanhar o objeto a princípio, e depois acaba por fazê-lo recorrendo a movimentos rápidos dos olhos."
O teste de situações do dia a dia mostrou que "portadores de esquizofrenia têm um padrão anormal (de observação)", diz. Já no último teste, que requeria que os indivíduos se fixassem num objeto parado, esses portadores "apresentam dificuldades em manter o olhar fixo".
A equipa de Benson e St Clair realizou a pesquisa com 88 pacientes diagnosticados com esquizofrenia e 88 pessoas num grupo de controle.