Números reais apontam que Portugal é o país da Europa com a taxa de depressão mais elevada e o segundo no mundo, sendo ultrapassado apenas pelos EUA. Ou seja, vinte e três por cento da população portuguesa sofre de um problema de saúde mental; por ano, 400 mil portugueses são diagnosticados com depressão. No ano de 2017 foram prescritos 20 milhões de embalagens de psicofármacos em Portugal, sendo gastos diariamente 600 mil euros neste tipo de medicação.
E a taxa de mortes relacionada a episódios depressivos aumentou 705%.
A depressão caracteriza-se como uma doença em que ocorrem desequilíbrios químicos dos chamados neurotransmissores. Essas substâncias são responsáveis por transportar as informações pela rede de neurónios do nosso cérebro - incluindo as sensações de prazer, serenidade, disposição e bem estar.
Ao contrário do que muitas pessoas ainda pensam, a depressão é sim uma doença - grave e debilitante - e necessita imperativamente de tratamento. Como outros distúrbios que afetam o cérebro, engloba sinais e sintomas que acarretam grande sofrimento e prejudicam diversas áreas da vida, como social e profissional.
Causas
De acordo com a neuropsicóloga Edyclaudia Gomes de Sousa, o quadro de depressão pode ser causados pelos seguintes fatores:
- Falha na ação da serotonina, neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar;
- Hereditariedade;
- Stress excessivo;
- Traumas;
- Síndrome do pânico;
- Outros distúrbios não resolvidos, como fobias e ansiedade;
- Problemas familiares, financeiros, profissionais, entre outros.
Afinal, depressão tem cura?
Diferente de uma infecção, na qual é administrado um antibiótico e a doença é curada, a depressão não tem cura. Contudo, isso não quer dizer que o problema nunca irá desaparecer.
Segundo o psiquiatra Mário Louzã, a cura para a depressão não existe pelo facto de poder retornar caso a pessoa que a vivenciou não mantenha acompanhamento médico contínuo com um psicólogo e psiquiatra e esteja atenta aos seus sentimentos e pensamentos mais profundos.
“Está comprovado que alguém que já sofreu de depressão apresenta uma probabilidade significativa de voltar reincidir”, explica o psiquiatra. Por isso, o acompanhamento especializado é de extrema importância.
O tratamento básico para todos os envolve o uso de antidepressivos, como fluoxetina, associados à psicoterapia.