A hipertensão é uma doença silenciosa, assintomática e, se não tratada, pode gerar graves doenças como enfartes e acidentes vasculares cerebrais.
Em baixo, o médico clínico Marcelo Caldeira do Centro de Infusões e Terapias explica o que todo os portugueses (hipertensos ou não) devem saber sobre a doença (sintomas, tratamentos, entre outros).
1. A hipertensão arterial sistémica (HAS) é uma condição clínica de origem multifatorial, isto é, tem múltiplas origens determinantes, tais como, estilo de vida sedentário, consumo excessivo de álcool, predisposição familiar, sexo e etnia, entre outras.
2. Caracteriza-se clinicamente por uma elevação sustentada dos níveis de pressão arterial igual ou acima de 140 e/ou 90 mmHg.
3. Em geral, no início é assintomática e causa, ao longo do tempo, danos severos nas paredes dos vasos sanguíneos de todos os calibres, comprometendo gravemente a circulação.
4. As lesões nos chamados órgãos alvo (coração, vasos sanguíneos, rim e cérebro) evoluem, frequentemente, produzindo sintomas exuberantes de comprometimentos destes órgãos quando já em estado avançado e grave. Assim, Enfarte Agudo do Miocárdio (IAM), Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC), Acidente Vascular Cerebral (AVC), mais conhecido como derrame cerebral, e Insuficiência Renal (IR) são provocados pela destruição das artérias decorrente da hipertensão arterial inadequadamente controlada.
5. A HAS contribui direta ou indiretamente para 50% das mortes por doença cardiovascular.
6. Diferentemente da crença de popular, sintomas como dor de cabeça e tonturas não representam necessariamente pressão alta.
7. Atinge cerca de 25% do total da população portuguesa, sendo 60% dos portadores os idosos.
8. Os principais fatores de risco são:
Idade – está associada diretamente ao envelhecimento, porém não poupa indivíduos mais jovens;
Sexo (acomete mais homens que mulheres) e etnia (mais frequente entre os afrodescendentes);
Excesso de peso e obesidade;
Ingestão de sal (consumo recomendado 2g/dia);
Ingestão de álcool;
Sedentarismo;
Genética.
9. Manter uma rotina regular de exercício físico, a redução do peso corporal, uma dieta equilibrada – com reduzida ingestão de sal –, diminuir o consumo de álcool e realizar atividades de lazer para aliviar o stress emocional, além de cessar o tabagismo, são fundamentais como medidas não farmacológicas de tratamento e a prevenção da HAS.
10. Pacientes hipertensos requerem tratamento com abordagens não farmacológicas e medicamentos específicos, uma vez que apresentam frequentemente outras doenças associadas, como o diabetes e dislipidemias (colesterol e/ou triglicéridos elevados) e, por isso, necessitam de cuidados médicos personalizados.