Células do cordão umbilical melhoram função respiratória de prematuros

Um estudo recente, publicado na revista científica Stem Cells Translational Medicine, sugere que a administração autóloga de células estaminais de sangue do cordão umbilical em bebés prematuros pode ajudar a prevenir complicações associadas à prematuridade, graças às suas propriedades regenerativas, anti-inflamatórias e imunomoduladoras.

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Liliana Lopes Monteiro
17/12/2019 15:13 ‧ 17/12/2019 por Liliana Lopes Monteiro

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Dos 31 bebés prematuros incluídos no estudo, 15 receberam células estaminais do seu sangue do cordão umbilical, em média sete horas após o nascimento, enquanto os outros 16 receberam uma solução salina (placebo). Para além da infusão, todos os bebés receberam os cuidados habituais de que necessitaram na unidade de Neonatologia.

Ao analisarem os dados, os autores verificaram que, apesar de a diferença não ter sido estatisticamente significativa, registaram-se menos complicações nos bebés que receberam células estaminais. Observou-se, ainda, uma redução significativa do tempo de suporte respiratório de que estes bebés necessitaram, relativamente aos que receberam placebo. Os bebés que receberam as suas células estaminais precisaram de ventilação mecânica e de oxigénio, em média, durante 3 e 5 dias, respetivamente, enquanto que os restantes necessitaram de suporte respiratório durante aproximadamente o dobro do tempo. Esta melhoria pode trazer ainda benefícios indiretos relativamente à inflamação e stress oxidativo a que os pulmões e cérebro dos prematuros estão sujeitos em condições de suporte respiratório.

Segundo os investigadores, o facto de serem células do próprio, minimamente manipuladas e sem adição de químicos, contribuiu para a segurança do tratamento.

Segundo Bruna Moreira, Investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal, “como os próprios autores do estudo sublinham, é necessário realizar ensaios clínicos com maior número de participantes e maior tempo de seguimento, para se perceber se, de facto, a infusão autóloga de sangue do cordão umbilical pode vir a fazer parte do futuro tratamento de complicações associadas ao nascimento prematuro”.

Estima-se que nasçam cerca de 15 milhões de bebés prematuros por ano, em todo o mundo. Apesar da evolução dos cuidados neonatais, muitas são as complicações que podem advir de um nascimento prematuro, principalmente por ficar comprometido o desenvolvimento dos diferentes órgãos. O cérebro e os pulmões são dois dos órgãos mais afetados, podendo alguns prematuros sofrer sequelas para toda a vida.

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