É possível ter filhos após ter cancro? A opinião dos médicos
Se pretende ter filhos e já lutou contra o cancro deverá primeiro de tudo consultar um oncologista.
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Lifestyle Cancro e fertildade
Além do trauma de sofrer de cancro e ter de lutar pela sobrevivência, os homens e as mulheres que desejam ter filhos sentem uma angústia acrescida - será que ainda é possível? Segundo informações disponibilizadas no site da rede de hospitais CUF, os cancros ginecológicos (endométrio, ovário, vagina, útero) e os cancros do aparelho reprodutor masculino (testículo, próstata e pénis), cancro da mama (predominantemente feminino), leucemias, linfomas, pulmão, pele ou cólon são exemplos de cancros que podem vir a comprometer a fertilidade, tanto pela doença em si como pelos tratamentos levados a cabo.
O diagnóstico precoce é fundamental
Um cancro diagnosticado numa fase inicial pode não implicar tratamentos invasivos que comprometem a fertilidade, dia a CUF. Possibilitando assim intervenções mais conservadoras, como cirurgia localizada na área afetada pelo tumor. Por outro lado, a quimioterapia e radioterapia podem, pela sua agressividade, comprometer, de forma temporária ou definitiva, a fertilidade feminina e masculina. Apesar de ainda assim haver doentes que se mantêm férteis após os tratamentos.
Converse sempre com o seu médico
No caso da mulher, é importante salientar que engravidar durante a realização dos tratamentos poderá constituir um risco para a mulher e para o feto.
Se a mulher estiver grávida aquando do diagnóstico de cancro, é fulcral discutir com o médico a melhor estratégia a seguir. Pode ser necessário adiar a realização do tratamento ou avançar para este se já tiverem passado 12 semanas de gravidez, fase de maior risco para o bebé.
Efeitos dos tratamentos
Muitas vezes os tumores e respetivos tratamentos provocam desregulam o ciclo menstrual, desde ausência da menstruação, ondas de calor, descamação vulvo-vaginal, secura e até menopausa precoce. No entanto, isto não significa que uma mulher em idade fértil não possa engravidar e, como tal, deve aconselhar-se com o médico sobre os métodos de contraceção que pode utilizar nesta fase. Os tratamentos podem interferir na eficácia dos contracetivos orais e, em simultâneo, estes podem ser prejudiciais para a doente (e para o feto em caso de gravidez), por conterem hormonas, pelo que é importante ter cuidados e utilizar o método contracetivo indicado pelo médico.
Também no caso do homem, a doença oncológica e os tratamentos podem ameaçar a capacidade reprodutiva, alerta a CUF. Não obstante, deve praticar uma contraceção eficaz durante a realização dos tratamentos, pois estes podem causar uma alteração cromossómica nos espermatozoides, resultando em anomalias graves no feto
A importância de esperar
A American Cancer Society salienta que muitos médicos aconselham os doentes a esperar pelo menos dois anos após terem terminado os tratamentos oncológicos antes de tentar engravidar. De acordo com a organização norte-americana, inúmeros estudos verificaram que os bebés de pessoas que se submeteram a tratamentos oncológicos não têm mais problemas congénitos ou são menos saudáveis que os bebés de pais que não tiveram cancro.
No entanto, o risco de problemas é maior quando o bebé é concebido durante os tratamentos ou pouco tempo depois, pelo que é muito importante aconselharem-se sempre com o médico.
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